O painel “Portoceano: Pensar e Agir para um Oceano Sustentável” foi realizado no auditório da Associação Comercial de Santos, na tarde de ontem (Divulgação)
Região Sudeste
Porto de Santos é o 4º melhor do Brasil no Índice de Desempenho Ambiental
Dado foi mencionado pelo diretor de Negócios da SPA durante participação em painel do encontro “Diálogos da Cultura Oceânica”, da Unesco, na ACS
O Porto de Santos (SP) recebeu 28% das trocas comerciais do Brasil no ano passado, segundo relatório da Santos Port Authority (SPA). E de que forma o maior complexo portuário da América Latina contribui para a sustentabilidade do oceano? A questão foi debatida durante o painel “Portoceano: Pensar e Agir para um Oceano Sustentável”, do encontro internacional “Diálogos da Cultura Oceânica (Ocean Literacy Dialogues)”, organizado pelos programas Cultura Oceânica para Todos, da Unesco, Maré de Ciência, da Unifesp, e Prefeitura Municipal de Santos. O evento foi realizado no auditório da Associação Comercial de Santos, na tarde de ontem.
O painel foi dividido em dois blocos. No bloco 1, sabatinado pelo moderador do debate, o professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo, Rodrigo More, o diretor de Negócios da SPA, Bruno Stupello, disse que o Porto de Santos ocupa a quarta posição no Índice de Desempenho Ambiental (IDA), que tem por objetivo verificar a evolução qualitativa e o comprometimento socioambiental do setor.
“Estamos com 160 milhões de toneladas de cargas movimentadas neste ano, no Porto de Santos, então, é bem representativo estarmos entre as primeiras colocações”, afirmou.
Stupello explicou que, para manter a licença de operação, o Porto de Santos precisa cumprir as exigências referentes a 30 condicionantes ambientais. “Desde 2021 estamos com todas elas atendidas. Em 2018 e 2019, tínhamos oito atendidas”, pontuou Stupello, ressaltando que, nos últimos anos, houve um aumento da preocupação com o meio ambiente e mudança na cultura de gestão, mais voltada à sustentabilidade.
O diretor comentou ainda que a companhia estuda a possibilidade de incluir em contratos futuros “diversos parâmetros para atendimento de melhoria na gestão ambiental”.
Já a professora da Universidade Federal da Bahia, Vanessa Hatje, fez uma crítica à legislação ambiental no que se refere às condicionantes. “A nossa legislação, embora imponha uma quantidade de condicionantes, do ponto de vista científico e pensando nas qualidades necessárias para gerir o meio ambiente de maneira a preservar as espécies sensíveis e manter todas as funções ecológicas e serviços ecossistêmicos, é bastante flexível”, afirmou.
O gerente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Uirá Cavalcante Oliveira, explicou que, além da função de regulação, o órgão também atua na fiscalização ambiental junto aos portos públicos e terminais privados. Uma das iniciativas com o objetivo de mitigar a poluição foi a criação do IDA, o Índice de Desempenho Ambiental dos Portos, que tem como uma das premissas de avaliação o gerenciamento de resíduos.
“O IDA fiscaliza a existência dos planos de gerenciamento e o cumprimento das conformidades ambientais”, explicou Oliveira. “A gente observa que existe uma evolução no atendimento dessas conformidades de forma geral”, complementou.
Participaram do bloco 2 a chefe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Santos, Ana Angélica Alabarce, o vice-presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Leonardo Ribeiro, e o assessor técnico de Assuntos Portuários e Projetos Especiais da Prefeitura de Santos, Adilson Luiz Gonçalves.
O encontro internacional será realizado até sábado, reunindo representantes de mais de 26 países. A programação completa está disponível no site https://oceanliteracydialogues.com/pt/inicio/.