Inicialmente, o novo horário estava previsto para ser implantado em 1º de abril, mas a pedido dos sindicatos, ele foi prolongado até maioCrédito: Divulgação
Região Sudeste
Porto de Santos: sindicatos adotam cautela sobre novo agendamento para caminhões
Entidades não estão certas sobre a eficácia da mudança, que passa a valer a partir de hoje, e querem ver como isso irá funcionar na prática
Os sindicatos ligados ao transporte rodoviário que vai até o Porto de Santos adotaram certa cautela para opinar sobre a decisão da Autoridade Portuária (APS) a respeito do agendamento da recepção de caminhões no cais santista. A partir de hoje (2) ele passa a ser de duas horas posteriores à janela, valendo para veículos de carga solta e conteinerizada. Para o Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), o período servirá como teste e a sua eficácia será discutida mensalmente.
De acordo com a Autoridade Portuária, a alteração promovida no agendamento tem como objetivo reduzir a permanência de caminhões nas proximidades do complexo portuário e disponibilizar mais janelas de agendamento para os caminhoneiros.
Esta é a terceira fase do cronograma dos períodos de adaptação para as tolerâncias de recepção de caminhões no Porto de Santos. A APS afirma que desde o ano passado reduziu gradativamente o período de chegada de carga solta e conteinerizada. De 1º de outubro a 31 de dezembro a tolerância caiu de cinco para quatro horas. De 1º de janeiro a 30 de abril, para três horas. A partir de hoje será de duas horas.
Inicialmente, o novo horário estava previsto para ser implantado em 1º de abril, mas a pedido dos sindicatos, ele foi prolongado até maio.
“A SPA nos chamou, sentamos juntos com os terminais, em que apresentaram as alegações deles. Se a gente aceitasse a alteração, eles estariam disponibilizando mais janelas. Além disso, se comprometeram de que isso seria um teste. Não correspondendo à eficácia, o período de agendamento retornaria para cinco horas. Pedimos que se segurasse mais um mês. Até por conta das obras do cais, as situações de trânsito e congestionamento, sabíamos que teríamos problemas reduzindo o horário. Vamos esperar para ver o que vai acontecer. A gente entende que tem que ter uma isonomia. O granel tem seis horas, porque o contêiner vai ficar três”, questionou André Neiva, presidente do Sindisan.
A APS informou que para os caminhões de granéis sólidos não haverá alteração. A Autoridade justificou que as cargas chegam de distâncias que exigem até dias de viagem e o ajuste do período agendado é feito com a parada obrigatória nos pátios reguladores fora do porto, para evitar que os transportadores formem filas nas rodovias ou mesmo nas avenidas de acesso.
Os caminhões ficam estacionados aguardando a chamada nos terminais portuários. Segundo a APS, a janela para estas cargas continua sendo de seis horas.
Conforme Neiva explicou, a partir da data de implantação do novo horário de agendamento, a Autoridade Portuária de Santos fará reuniões mensais com sindicatos, operadores portuários e demais associações sobre a eficácia da nova regra.
“Não houve percepção de problemas primeiro porque o volume caiu muito. A demanda por janelas não foi grande. Agora, com a chegada da safra, há uma previsão que vai dar, sim, problema com esse agendamento. Mas precisamos aguardar e ver na prática como vai ser”, afirmou.
Sindicam
Quem também segue na linha do Sindisan é Luciano Santos, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam). Segundo ele, será preciso sentar, se reunir e estudar sobre a questão do horário.
“Estamos falando já da terceira mudança e (sobre) essa algo me diz que vai dar ruim. O Porto de Santos não tem o escoamento rápido como eles (APS) imaginam. Anteriormente já estava bem ruim a situação e agora vai ficar pior. Tenho certeza que vai haver conflitos e teremos de rever essa questão”, disse.
A Autoridade Portuária de Santos enumerou algumas melhorias na logística do porto a partir do novo agendamento:
1) reaproveitamento de janelas canceladas;
2) permissão para alterar informações sobre veículos e condutores, facilitando o processo de troca de caminhão em caso de necessidade;
3) criação da comunicação da situação de contingência para os terminais, quando houver interrupções no acesso das vias que levam ao porto, reduzindo significativamente a cobrança da tarifa de no-show (quando o veículo não comparece no horário agendado) para os caminhoneiros, entre outras pautas que estão em andamento como a integração entre os sistemas dos Redex (recinto de exportação não alfandegado) e terminais portuários, para facilitar o processo de agendamento dos caminhões.
Os usuários podem entrar em contato com o setor de Sistemas Logísticos da APS, pelo telefone (13) 3202-6565, ramal 2731, ou e-mail portolog@brssz.com, para dúvidas e demais orientações.