Para a Autoridade Portuária, a ação colocará Suape em posição de destaque no cenário mundial, possibilitando a atracação de navios de grande porte com capacidade máximaCrédito: Divulgação
Região Nordeste
Porto de Suape inicia última etapa da dragagem o canal externo
Previsão é que a obra visando aprofundar a área para 20 metros seja concluída em até cinco meses
O Porto de Suape (PE) iniciou, nesta sexta-feira (1), a segunda e última etapa da dragagem do canal externo do complexo, que visa aprofundar a área para 20 metros. Hoje, devido ao assoreamento, alguns pontos estão entre 15,5 m e 15,6 m.
A previsão é que a obra seja concluída em até cinco meses. O serviço está sendo executado pela empresa holandesa Van Oord, por R$ 140 milhões, pagos com recursos próprios da Autoridade Portuária.
Para realizar os trabalhos, a empresa está utilizando a maior draga do mundo do tipo corte e sucção, chamada Willem Van Rubroeck. Segundo a estatal, é a primeira vez que um equipamento deste tipo é utilizado em um porto brasileiro. No total, serão removidos, aproximadamente, 1.368.000 metros cúbicos de sedimentos do mar.
A primeira etapa desta dragagem foi feita entre 2011 e 2013, mas devido à imbróglios judiciais, o serviço ficou paralisado por anos. Com a retomada, estima-se que, em 2024, seja iniciada também a dragagem do canal interno do Porto de Suape – por onde passam os navios a caminho da atracação nos berços operacionais.
A Autoridade Portuária destacou que a ação colocará o porto em posição de destaque no cenário portuário mundial ao possibilitar a atracação de embarcações de grande porte com sua capacidade máxima, como navios petroleiros do tipo Suezmax, tornando o porto “ainda mais atrativo” para o mercado internacional.
“A obra é necessária para garantir um porto de águas profundas, ação que está alinhada com as obras de ampliação da Refinaria Abreu e Lima”, citou o diretor-presidente de Suape, Marcio Guiot.
Ele disse também que a dragagem é fundamental “para potencializar a operação dos dois terminais de contêineres (o segundo começa a operar em 2026), no sentido de receberem navios com maior capacidade de carga”.
Para os portos, a dragagem é necessária para a manutenção da navegabilidade, garantindo a profundidade adequada para a segurança da navegação, manobras e operações do porto.
Meio ambiente
O complexo ressaltou que a intervenção está autorizada pelo órgão ambiental estadual e a administração da estatal portuária adotou todas as medidas necessárias para mitigar o impacto ambiental, em cumprimento às exigências que constam na autorização, como elaboração de programas ambientais; controle e monitoramento da fauna aquática e das águas superficiais; manejo e monitoramento do sedimento; entre outras.
Renata Loyo, diretora de Infraestrutura de Suape, garantiu que todo o processo foi acompanhado pelos representantes da Colônia dos Pescadores Z-08 de Gaibu e da Associação de Pescadores e Pescadoras Profissionais em Atividade do Cabo de Santo Agostinho, com entendimento prévio da necessidade da dragagem. “Estamos em constante diálogo para encontrar as melhores soluções para garantir o desenvolvimento sustentável do porto”, declarou.