Com a nova profundidade, um navio poderá transportar mais 15 mil toneladas de carga geral ou granéis. No caso de um conteineiro, serão mais 1.500 TEU
Região Sudeste
Porto de Vitória se prepara para ampliar calado
Profundidade maior permitirá que embarcações entrem ou saiam do complexo com maior volume de carga
O Porto de Vitória (ES) retomou, na última quinta-feira, dia 7, as manobras-testes para exploração do calado de 12,5 m no Canal de Vitória. O calado é medida da parte submersa de um navio. Na prática, os testes permitirão que embarcações entrem ou saiam do complexo com maior volume de carga, já que a profundidade será maior. Consequentemente, isso aumenta a capacidade operacional do porto e sua competitividade.
As avaliações recomeçaram após a retirada das restrições às condições operacionais da Norma de Tráfego e Permanência de Navios e Embarcações no Porto de Vitória (Normap I), informada na última quarta-feira (6) pela Capitania dos Portos dos Espírito Santo.
Os testes estão sendo feitos nas seguintes condições: manobras de entrada com range (faixa de medição) de 10,67 m a 11,5 m; manobras de saída com range de 11,51 m a 12 m.
Bruno Fardin, presidente da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), destacou que a retirada da restrição de calado representa enormes ganhos. “A retomada das manobras é uma conquista do time Codesa. Um calado competitivo é a alma de um porto que busca estar entre os melhores”, disse. Ele também antecipou que serão buscados ganhos extras de calado no canal e nos berços.
As novas operações poderão trazer acréscimos de 15.000 toneladas de carga geral e granéis e um potencial de mais 1.500 TEU (sigla de Twenty-feet Equivalent Unit, unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) nos navios de contêiner. Isso deve gerar, segundo a Codesa, até 10% de redução nos fretes marítimos e até 20% de redução nos custos logísticos via Porto de Vitória.
“O Porto de Vitória está pronto para capturar ganhos ainda maiores de calado já como fruto deste processo de dragagem e vai atuar em conjunto com a Autoridade Marítima na realização de estudos complementares neste sentido”, informou a Codesa.
Dragagem
Os serviços de dragagem do canal de acesso, da bacia de evolução e dos berços de atracação do Porto de Vitória foram realizados pela empresa Van Oord e custaram R$ 15 milhões. Já os contratos de gerenciamento operacional e ambiental da obra foram de R$ 700 mil. Todo o projeto foi custeado com recursos próprios da Codesa.
A manutenção do canal teve início em 25 de dezembro do ano passado, e terminou em março de 2022. “O volume efetivamente dragado foi de 400.000 m³. Os serviços foram contratados com o objetivo principal de restabelecer as condições operacionais previstas na NORMAP I”, explicou a Codesa.