O trabalho conjunto no Porto do Itaqui começará com um mapeamento inicial das emissões de gases de efeito estufa, abrangendo veículos, navios e todos os equipamentos portuáriosCrédito: Divulgação/Emap
Região Nordeste
Porto do Itaqui formaliza parceria com Fundação Valenciaport
Convênio visa elaborar em conjunto o Plano de Descarbonização do porto público do Maranhão
O Porto do Itaqui (MA) assinou na última semana um contrato para cooperação técnica com a Fundação Porto de Valência (Fundación Valenciaport), da Espanha. A parceria irá elaborar em conjunto o Plano de Descarbonização do porto público do Maranhão, com estimativa de investimento de R$ 1,8 milhão.
O instituto de pesquisa, inovação e formação do setor logístico portuário, com sede no Porto de Valência é referência global em programas de descarbonização e o complexo portuário espanhol foi um dos primeiros no mundo a estabelecer a meta zero para emissão de gases de efeito estufa até 2030.
No Maranhão, de acordo com o documento, o trabalho conjunto começará com um mapeamento inicial das emissões de gases de efeito estufa, abrangendo caminhões e veículos que circulam na poligonal do porto, navios e todos os equipamentos portuários.
Com base nesses dados, será elaborado o Plano de Descarbonização do Porto do Itaqui, instrumento que vai orientar ações e investimentos com base em um direcionamento mais preciso, objetivo e estratégico. Não foi informada a data de lançamento desse plano.
“Essa parceria é estratégica para promover os avanços necessários de melhoria contínua na gestão do meio ambiente do Itaqui, que já é reconhecida pela ISO 14001:2015. Vamos agora, junto com a Fundación Valenciaport, mapear nossas emissões, traçar metas de descarbonização e determinar as ações prioritárias necessárias para atingir esses objetivos”, disse o presidente do Porto do Itaqui, Gilberto Lins.
A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), responsável pela gestão do complexo, realiza, desde 2020, o seu Inventário de Emissão de Gases de Efeito Estufa, visando a redução ou a eliminação deles em suas operações.
Para isso, já foram adotadas algumas ações, como substituição do combustível dos veículos para etanol e a destinação dos resíduos gerados no complexo para locais de reciclagem, evitando aterros ou incineração – que emitem mais gases.
“Queremos ir além, mas isso exige substituir máquinas, adquirir veículos elétricos e substituir a matriz energética por outra mais limpa. Tudo isso será mapeado no Plano de Descarbonização”, explica a gerente de Meio Ambiente da Emap, Luane Lemos.
Descarbonizar o setor portuário, além das vantagens ambientais, insere o segmento na geração de créditos de carbono e começa a projetar a infraestrutura que será necessária para o modelo de operações vindouro, como o recebimento de navios eletrificados.
O convênio com a Fundación Valenciaport também integra o porto ao esforço global para evitar que a temperatura do planeta aumente mais de 2 graus Celsius até o final deste século. Se isso acontecer, estudos mostram que as alterações neste novo cenário podem acarretar frequentes tragédias ambientais, como furacões cada vez mais fortes, inundações, aumento do nível dos oceanos, desertificação e redução da biodiversidade.
O Porto do Itaqui também é signatário do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas) e a medida é mais uma forma de cumprir o ODS 13 (referente à mudança climática), um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015.