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O Porto do Pecém, no Ceará, fechou um contrato para utilizar energia elétrica de fontes renováveis

Região Nordeste

Porto do Pecém fecha contrato para fornecimento de energia limpa

Atualizado em: 7 de outubro de 2024 às 13:46
Júnior Batista Enviar e-mail para o Autor

Contrato prevê fornecimento de energia elétrica certificada; ideia é aumentar fontes renováveis no complexo portuário

O Porto do Pecém, no Ceará, fechou um contrato para utilizar energia elétrica de fontes renováveis com rastreabilidade internacional a partir deste mês. Isso significa, de acordo com a administração do cais, que as fontes têm procedência comprovada e faz parte do esforço do cais para utilizar energias renováveis nas operações portuárias.

O contrato foi assinado com a empresa Casa dos Ventos e tem valor de R$ 41 milhões, além de duração de cinco anos. A energia possui o certificado I-REC (International Renewable Energy Certificate).

A aquisição trará uma economia que deve ser revertida em ações de descarbonização do Porto do Pecém e também em uma futura política de incentivo para uma maior de eletrificação das operações portuárias, que hoje é de 70%. Esse índice inclui os guindastes usados para movimentação de contêineres e placas, além da esteira que transporta insumos para a siderúrgica da ArcelorMittal.

A projeção é aumentar os processos de fornecimento de energia limpa, especialmente no fornecimento  para navios pelo sistema shore power, que permitirá a redução das emissões das embarcações atracadas.

De acordo com o engenheiro José Carneiro Júnior, que liderou os estudos técnicos do processo no Complexo do Pecém, a migração para o mercado livre sempre esteve em análise pela equipe. No entanto, questões tributárias relacionadas aos incentivos fiscais do Porto, além dos riscos e preços variáveis do mercado de energia, tornavam essa opção pouco atrativa. “Esse cenário mudou diante da agenda mundial de descarbonização e transição energética, que dialoga com os projetos de hidrogênio verde (H2V) e com a eletrificação das operações portuárias”.

Para se ter uma ideia, o consumo de energia elétrica no Porto é equivalente ao de uma cidade com cerca de 80 mil habitantes. “Esse consumo reflete uma política voltada para a descarbonização das operações portuárias, incentivada pelo Governo do Estado, pelo Porto e por seus operadores, que têm investido em equipamentos elétricos para substituir ou complementar os movidos a combustíveis fósseis”, avalia Hugo Figueirêdo, presidente do Complexo do Pecém.

O gerente de Manutenção do Complexo, Marco Ximenes, explica que a substituição de equipamentos com motores à combustão por elétricos na atividade portuária é uma tendência irreversível, devido à sustentabilidade e ao retorno econômico garantido. “Isso se deve à eliminação da logística de abastecimento, à redução de riscos e custos ambientais decorrentes de vazamentos e acidentes, além do fato de os equipamentos elétricos, em geral, apresentarem menores custos de manutenção. A aquisição de energia no mercado livre a um custo mais baixo, sob aspectos econômicos e ambientais, impulsiona ainda mais essa transição”.

O Porto do Pecém é atualmente atendido por duas linhas de transmissão da concessionária local de energia, que têm apresentado excelentes índices de disponibilidade. Além disso, conta com uma usina de geração a gás, capaz de atender a demanda energética atual para operações portuárias. Conforme Marco Ximenes, o desafio agora é investir ainda mais na confiabilidade do Sistema Elétrico do Porto do Pecém, com investimentos em redundâncias, proteção, monitoramento e controle. Para essa demanda, a projeção é de investimentos da ordem de R$ 15 milhões somente para o próximo ano.

 

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