Prêmio foi disputado entre jovens de 18 a 22 anos; ideia é promover a capacitação / Paulo José Ribeiro
Região Sudeste
Porto Hack Santos: último dia do evento premia vencedores com oportunidades no setor portuário
O Porto Hack Santos 2023 teve o seu encerramento neste domingo (10), na sede do Camps Santos (SP), com a premiação dos projetos vencedores do hackathon. Na 3ª edição do evento, a Associação Brasileira Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), realizadora da maratona, e o Instituto AmiGU, organizador, fizeram uma parceria com o Camps (Centro de Aprendizagem e Mobilização Profissional e Social) para promover a capacitação de jovens entre 18 e 22 anos que participaram do programa Jovem Aprendiz da instituição.
Foram dez projetos, um para cada grupo de competidores, formado pelos jovens, consistindo no desenvolvimento de Chatbots, ferramentas de Inteligência Artificial (IA) que simulam a conversação com um ser humano, pelo aplicativo de mensagens WhatsApp. Cinco dos projetos tiveram desafios ligados à relação Porto-Cidade, e os outros cinco tratavam das relações negociais das empresas associadas da Abtra com os seus clientes e funcionários. Todos os grupos tiveram mentoria de profissionais dos setores de tecnologia e portuário.
O diretor executivo da Abtra, Angelino Caputo, destaca que neste ano o hackathon foi voltado ao desenvolvimento social, ressaltando o compromisso corporativo com essa questão. “Esse ano o foco principal são as pessoas. Isso tem a ver com a agenda ESG da Abtra e associados. A ideia é que os jurados e mentores possam ter observado o desempenho desses meninos e que eles possam ser contratados como aprendizes das empresas associadas”, pontua.
Caputo ressalta que a motivação dos participantes foi diferente por conta do novo formato. Segundo ele, em edições anteriores, os competidores vieram atrás do prêmio, mas não deram o passo adiante no amadurecimento das soluções propostas. Com a oportunidade no mercado, os jovens podem gerar um resultado a longo prazo, aprimorando as suas ideias e atuando em diferentes frentes. “Acreditamos que esse é o melhor hackathon da história da Abtra porque acertamos a mão em termos do propósito do evento, que além de fomentar a inovação, agrega valor socialmente”.
O fundador do Instituto AmiGU, Marco Riveiros, explica que a parceria com o Camps, através do programa Aprendiz do Futuro, foi responsável pela qualificação dos jovens para desenvolverem as suas propostas, com aprendizagem em diferentes áreas. “Durante quatro meses demos ensino tecnológico e ensinamos Inteligência Artificial para essa turma, que começou com 50 jovens e hoje tem 36. Eles passaram por uma jornada de 216 horas de curso nas áreas de business, design e desenvolvimento para criar soluções de IA pelo WhatsApp”.
O presidente da Abtra e diretor da Transbrasa, Bayard Umbuzeiro, afirma que os participantes dos hackathons ganham destaque e podem ser empregados dentro do setor portuário. “Aproveitamos muitos desses rapazes que vão para lá [Transbrasa] e acabam fazendo carreira. Esse evento é um celeiro para nós, empresários, para pinçarmos aquelas pessoas que possam nos interessar de acordo com as nossas necessidades”.
ESG
Além da oportunidade para os jovens do Camps, a equidade de gênero e a preservação do meio ambiente também entraram em pauta. Metade dos competidores eram mulheres e todas as atividades relacionadas ao evento que poderiam gerar emissão de CO2 foram inventariadas pelo Instituto Via Green, especializado na neutralização dos gases de efeito estufa, que foi contratado para realizar o serviço de acordo com os itens listados.
A programação também contou com uma palestra da professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Vera Martins, mentora de líderes e especialista em gestão de pessoas. Ela falou sobre a inclusão e equidade de gênero no mercado de trabalho e mundo contemporâneo.
Porto-Cidade
O secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, Bruno Orlandi, enfatizou o surgimento de criações que podem aproximar o vínculo dos moradores do município com o Porto de Santos, fundamental para a economia do país e de toda a região da Baixada Santista. “Daqui nasceram muitas ideias que podem ser trazidas para o nosso dia a dia. O evento de hoje consagra oportunidades de melhora na relação Porto-Cidade, não só por meio do Poder Público, mas também por iniciativas onde as próprias empresas podem colaborar cada vez mais para o engrandecimento dessa relação.”
Vencedores
Os participantes abordaram diversas dores do setor portuário, logístico e de negócios. A equipe vencedora criou um alerta de emergência, semelhante ao da Defesa Civil, voltado para a segurança portuária. O canal funciona nas duas vias, tanto para os munícipes, como para funcionários. A gerente de TI da Volpak e líder do grupo vencedor, Kelli Azolim, se emocionou ao falar sobre os participantes de seu time. “São meninos de muito talento. Estou muito feliz, muito honrada”, afirmou.