Porto seco de Anápolis abre escritório em terminal da China

Representação goiana será instalada na cidade de Xiong’an. Ideia é fortalecer laços para o comércio entre os portos goiano e asiático

O Porto Seco Centro-Oeste, em Anápolis (GO) vai abrir um escritório no maior porto alfandegário da cidade de Xiong’an, na China. A ideia é fortalecer laços para o comércio entre o cais goiano e o porto chinês.

Segundo o secretário de Indústria, Comércio e Serviços de Goiás (SIC), Joel de Sant’Anna Braga Filho, a representação goiana no porto de Xiong’an vai trazer novos negócios para Goiás. “Isso nos dá uma ideia do futuro da secretaria com o país que mais se desenvolve no mundo”, explica o secretário.

Xiong’an é uma cidade que foi criada do zero para dividir funções administrativas com Pequim e conta com um distrito industrial, zonas de livre comércio e armazéns alfandegados, sendo um grande ponto do comércio internacional no país asiático.

“O acordo com o Porto de Xiong’an é apenas uma das várias conquistas desta missão, que sem dúvidas trará muitos frutos para Goiás e um desenvolvimento sem precedentes para o comércio exterior do nosso estado”, finaliza o titular da pasta. Filho também destaca que o espaço compartilhado do governo estadual com o Porto Seco de Anápolis será custeado pelos chineses.

O Porto Seco Centro-Oeste registrou 53% de aumento no faturamento entre janeiro e maio na comparação com 2019, antes da pandemia de Covid-19 (que teve início em 2020). A movimentação de cargas de grãos no cais, no mesmo período, cresceu 40%. As cargas de produtos farmacêuticos cresceram 28,8%.

Só em importações, ao todo, nos primeiros quatro meses do ano foram movimentados pelo terminal o equivalente a cerca de R$ 2,5 bilhões, um aumento de 19% ante aos primeiros quatro meses do ano passado. Em abril foram cerca de R$ 700 milhões, o que levou o Porto Seco Centro-Oeste a ser responsável por 63% do total das importações realizadas naquele mês em Goiás.

O diretor de operações do Porto Seco Centro-Oeste, Everaldo Fiatkoski, afirma que um dos motivos do aumento seria a redução de importação de produtos em geral, como eletrônicos, entretanto, houve aumento significativo de cargas que demandam controle de temperatura, de umidade, com especificidades que, segundo ele, acabam sendo direcionadas para o terminal. Além disso, as cargas têm um valor maior do que nos anos anteriores.

Ele explica que a alta do dólar este ano, chegando ao patamar de R$ 6,00 no último mês contra cerca de R$ 3,40 ano passado, aumentou o valor das cargas importadas pelas empresas pelo terminal. Os custos logísticos também aumentaram, bem como o frete aéreo internacional. 

Mais números

A pandemia influenciou o crescimento de 28,8% nas importações e exportações de farmoquímicos no Porto, segundo Fiatkoski. “Os produtos relativos à saúde que têm origem no exterior acabam dependendo muito do mercado interno e o mercado interno está aquecido, diz.

O diretor de operações explica que entre os importadores estão os de produtos para febre, umectação das vias nasais e equipamentos relacionados à internação. “Todos esses se viram obrigados a aumentar seus volumes, mesmo não sendo específicos para a Covid-19″, completa.

No caso dos grãos, o aumento de 40% na movimentação, segundo ele, está relacionado principalmente à exportação, sendo a soja o principal produto.

Quanto às montadoras de veículos, somente até o mês de abril a movimentação de cargas neste ano pelo terminal já havia crescido 187,6%, se comparado ao primeiro quadrimestre de 2019.