Devido ao ataque hacker, as atividades foram paralisadas nos portos de Sydney, Melbourne, Brisbane e Fremantle e cerca de 30 mil contêineres ficaram bloqueados nos terminaisCrédito: Divulgação
Internacional
Portos australianos retomam parte de operações após ataque
Invasão online começou na sexta-feira e afetou terminais da DP World Australia
Os terminais portuários da empresa DP World Australia conseguiram retomar parte das operações na segunda-feira (13), após serem alvo de um ataque hacker na última sexta-feira (10).
As atividades foram paralisadas nos portos de Sydney, Melbourne, Brisbane e Fremantle e cerca de 30 mil contêineres ficaram bloqueados nos terminais.
A companhia informou que, após três dias de violação de seus sistemas de TI, conseguiu retomar o controle operacional e pretendia liberar, ainda na segunda-feira, cerca de 5 mil contêineres represados em seus quatro terminais. A ação representaria 17% da carga total afetada, que é de 30 mil contêineres, de acordo com a Australian Financial Review.
A reabertura dos portos foi possível após “testes bem-sucedidos de sistemas-chave durante a noite”, disse a DP World Australia em comunicado, explicando que “instabilidade” e “contratempos” ainda podem ser enfrentados até a total normalização.
“A retomada das operações portuárias não significa que este incidente tenha terminado e os esforços para proteger sistemas podem causar algumas interrupções temporárias e necessárias nos próximos dias”. A empresa movimenta 40% do fluxo de mercadorias do país e é propriedade da DP World, sediada em Dubai.
Investigações
A companhia trabalha em parceria com as autoridades australianas para investigar e resolver o problema. Na sexta-feira (10), após descobrir a violação, a empresa decidiu desligar seus sistemas da internet, informou o coordenador nacional de segurança cibernética, Darren Goldie.
Ainda de acordo com o representante do governo, a empresa manteve a capacidade de recuperar cargas sensíveis.
Até a manhã de segunda-feira as autoridades não sabiam quem estava por trás do ataque e seguiam focadas em ajudar a empresa a retomar suas operações, afirmou Goldie.
A Polícia Federal Australiana também investiga o incidente, mas sem falar com a imprensa. Em uma postagem feita no domingo (12) em uma rede social, a ministra australiana de Assuntos Internos, Clare O’Neil, chamou o incidente de “um lembrete do sério risco que os ataques cibernéticos representam” para o país e “para a infraestrutura vital de que todos dependemos”.
De acordo com a imprensa australiana, a companhia não recebeu nenhum pedido de resgate por parte dos hackers, como é comum ocorrer nessas situações.