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Segundo o presidente da APDL, Nuno Araújo, o investimento varia de 3 milhões a 15 milhões de euros e vai alavancar a meta de neutralizar a emissão de carbono das instalações e das operações portuárias do Douro e Leixões

Portugal

Portos do Douro e Leixões apostam na energia das ondas

10 de junho de 2022 às 10:10
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Autoridade portuária planeja investir em um núcleo que produza energia oriunda da força das ondas, além de um parque eólico e um solar. 

A Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL), de Portugal, quer ser autossuficiente na geração de energia e neutralizar a emissão de gases até 2035. Para isso, planeja investir em um núcleo que produza energia oriunda da força das ondas, chamada de ondomotriz, além de um parque eólico e um solar. 

Para aproveitar a potência das ondas, serão usadas dezenas de flutuadores amarrados ao molhe norte da foz do Douro, cuja agitação marítima acionará a geração de energia elétrica, registrando uma potência de um a cinco megawatt (MW), podendo produzir até 15 gigawatt-hora (GWh) de força por ano.

Segundo o presidente da APDL, Nuno Araújo, o investimento varia de 3 milhões a 15 milhões de euros e vai alavancar a meta de neutralizar a emissão de carbono das instalações e operações portuárias, incluindo o fornecimento de energia aos navios atracados, o que eliminará o atual método, que usa geradores a diesel. 

Porém, o projeto sofreu críticas de arquitetos que estiveram presentes na primeira sessão de apresentação da ideia, realizada em março pela APDL. De acordo com os presentes, haverá grande impacto visual na paisagem do estuário, causado pelos flutuadores e equipamentos necessários para transformar a força das ondas em energia. Além disso, eles citaram que é preciso preservar a memória cultural dos povos locais.

A simulação do projeto aos convidados foi feita pela empresa sueca Eco Wave Power (EWP), que trabalha com soluções tecnológicas neste sentido. Mas a APDL abriu, em 14 de fevereiro, uma consulta pública para que outras companhias do setor apresentem suas propostas. 

O projecto da APDL que visa produzir um “mix” de energias renováveis a partir das ondas, do vento e do sol, já tem três anos. O estudo foi feito em um concurso internacional oferecido pelo Estado, no qual os portos portugueses participaram.

No momento, segundo a autoridade portuária, há somente um processo de discussão preparatório que inclui ouvir a população e todos os interessados antes de qualquer processo de estudo de impactos, consulta pública e licenciamento.

A APDL planeja também uma possível instalação de aerogeradores na zona do porto de Leixões, com o objetivo de produzir energia eólica, bem como a instalação de painéis solares.

Além do autoconsumo para as atividades portuárias diárias, a APDL quer usar a energia limpa destas soluções em seu projeto de produção de hidrogênio verde.

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