Segundo a secretária de Portos Mariana Pescatori, as empresas de navegação de todo o mundo já estão olhando para o Brasil “como o país que produzirá os combustíveis verdes”Crédito: Divulgação/Brasil Export
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Portos precisam se adaptar para receber navios verdes, diz secretária
Mariana Pescatori crê também que o Brasil pode se tornar um hub de abastecimento de combustíveis de navios
Os portos brasileiros precisam se adaptar para receber os navios verdes, àqueles equipados com novas tecnologias de eletrificação e abastecidos por combustíveis renováveis, como hidrogênio/amônia verde e metano.
A conclusão é da secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Mariana Pescatori, que falou sobre o assunto no encerramento do evento InfraESG Talks, promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em parceria com o Brasil Export, na terça-feira (21), na B3, em São Paulo.
Para Mariana, o Brasil também deve investir para ser um hub de abastecimento de combustíveis verdes de navios, já que a perspectiva é que o país se torne um dos grandes produtores e exportadores de hidrogênio verde (H2V) e amônia verde.
“A indústria já está encomendando navios verdes e o Brasil precisa estar à frente disso, até porque somos produtores de combustíveis verdes. Então temos que adaptar os nossos portos para que a gente possa atender a esse mercado”, pontuou.
Segundo ela, as empresas de navegação de todo o mundo já estão olhando para o Brasil “como o país que produzirá os combustíveis verdes”. Neste sentido, a adaptação dos portos está não só na infraestrutura para receber os navios, como também em estabelecer áreas que possam receber as indústrias que fazem parte da cadeia de produção de energia renovável, o que pode ser feito, por exemplo, nas Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs).
“A produção de eólica offshore é extremamente cara, a gente vai ter que ter uma adaptação grande dos nossos portos porque, por exemplo, para produzir as pás eólicas teremos que ter portos com áreas industriais para a produção delas. Teremos que ter também a produção de embarcações de apoio offshore – e a gente tem uma indústria nacional extremamente relevante nisso porque a gente fez, lá atrás, uma política de incentivo para isso”, detalhou.
Pescatori citou ainda que este cenário vindouro oferece uma oportunidade de reindustrializar o Brasil, que pode passar a “exportar o produto verde ao invés de amônia”, exemplificou.
A secretaria Nacional de Portos também garantiu que a pasta está trabalhando para definir uma política pública que envolva o ESG para os portos, além de atuar junto à Antaq na política de descarbonização do setor.
Ressaltou ainda que o ministério de Portos está debruçado para definir uma política pública de mitigação dos impactos do aquecimento global, para evitar, principalmente, a interrupção do transporte aquaviário, como ocorreu neste ano na região Norte, com a seca histórica dos rios amazônicos.
Além de Mariana, participaram do encerramento do evento Felipe Queiroz, diretor da ANTT, e Jorge Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo.