O projeto prevê aumento na movimentação do Porto de Itaguaí em mais de 25 milhões de toneladas, consolidando o futuro terminal como um dos principais exportadores do Brasil (Foto: Divulgação/PortosRio)
Região Sudeste
PortosRio projeta futuro promissor para terminal de Itaguaí
Prestes a ser leiloada, área ITG 02 será destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais
O último leilão de áreas portuárias de 2024 será realizado nesta quarta-feira, dia 18, na B3, em São Paulo. Uma dos espaços a serem arrendados é o ITG 02, que irá abrigar um novo terminal de minério no Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro. Conforme o edital, o investimento previsto é de mais de R$ 3,5 bilhões. Em entrevista ao BE News, o diretor-presidente da PortosRio, Francisco Martins, classifica o projeto como o mais relevante da Autoridade Portuária e um dos principais para o comércio exterior.
O ITG 02 corresponde a uma área de 348.937 metros quadrados e será destinada à implantação de um terminal para movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais. Segundo o presidente da PortosRio, o projeto prevê aumento na movimentação do complexo de Itaguaí em mais de 25 milhões de toneladas, consolidando o futuro terminal como um dos principais exportadores do Brasil.
“O Porto de Itaguaí posiciona-se como um forte candidato a protagonizar a exportação de grãos. Estamos avançando com um estudo em parceria com a Fundação Getúlio Vargas para aprofundar a integração do Porto de Itaguaí com os modais ferroviário e rodoviário, identificando as intervenções necessárias para aprimorar sua conectividade. Isso permitirá que o porto atraia cargas como os grãos do Centro-Oeste, especialmente soja, para a qual já temos o interesse de produtores que consideram Itaguaí como alternativa para exportação. Com isso, Itaguaí se consolida como um forte candidato a protagonizar o comércio de grãos e outros produtos agrícolas”, comentou.
De acordo com o presidente, o novo terminal será estratégico para o escoamento da produção de minério de estados produtores, como é o caso de Minas Gerais. A produção agrícola lidera nas exportações do país, embora o minério de ferro seja um dos produtos mais cobiçados pelo mercado exterior.
O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) referente ao empreendimento estima que aproximadamente 2.800 empregos indiretos serão gerados durante a construção do terminal e mais 2 mil empregos diretos e indiretos durante a sua operação no porto. Além disso, a arrecadação de Imposto Sobre Serviço (ISS) para o município de Itaguaí pode atingir R$ 1,2 bilhão ao longo dos 35 anos de contrato. Segundo Martins, o cronograma previsto para as obras é de três anos.
“Este terminal representará não apenas um aumento expressivo na capacidade de movimentação do Porto de Itaguaí, mas também será um motor de desenvolvimento socioeconômico para a região, com a geração de milhares de empregos e o incremento na arrecadação de tributos”, comentou. De acordo com o presidente da Autoridade Portuária dos portos do Rio de Janeiro, o futuro empreendimento será de vital importância para os projetos de expansão que estão em planejamento no estado, incluindo o porto da capital do estado.
“Esse processo reforça a expansão dos portos do Rio de Janeiro, que inclui também o Porto do Rio, onde novas áreas estão sendo arrendadas e estudos para expansão da retroárea estão em andamento. No Porto de Itaguaí, além da área ITG02, há outras áreas estratégicas que também passam por estudos, incluindo um zoneamento alinhado ao desenvolvimento territorial. Em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, estamos desenvolvendo o embrião de um plano diretor para o complexo industrial portuário de Itaguaí, impulsionando uma visão de futuro e de expansão para os portos do estado do Rio de Janeiro”, analisou.
Meio ambiente
O futuro terminal de Itaguaí vai seguir rigorosos padrões de ecoeficiência, visando o mínimo dos impactos ambientais, com medidas para o uso racional de recursos naturais e controle de emissões de particulados. Entre as ações previstas estão o armazenamento adequado do minério, a utilização de equipamentos de controle ambiental e monitoramento constante para minimizar impactos ambientais.
“Em uma área com potencial impacto ambiental, como a de carga, é imprescindível adotarmos medidas de mitigação e compensação rigorosas, garantindo que o ambiente permaneça o mais intacto possível. Para nós, o desenvolvimento só é válido se for sustentável”, finalizou o presidente.
O leilão será promovido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que também colocará em disputa o arrendamento das áreas MCP 03, no Porto de Santana (AP), e MAC 16, no Porto de Maceió (AL).