RJ lança edital para transporte de barcas entre aeroportos

Projeto visa transporte aquaviário entre o Galeão e o Santos Dumont; investimentos serão de R$ 109,5 milhões

A Prefeitura do Rio de Janeiro publicou um edital de licitação para o projeto de transporte das barcas que vai ligar os aeroportos Antônio Carlos Jobim (Galeão) e o Santos Dumont. O documento foi aprovado após ajustes indicados pelo Tribunal de Contas do Município.

Conforme consta no projeto, o trajeto pela Baía de Guanabara terá 15,7 quilômetros e o custo da viagem será de R$ 22,50.

Desde o anúncio inicial do projeto, no mês de abril, o investimento previsto para a implantação e compra das embarcações aumentou de R$ 106 milhões para R$ 109,5 milhões. De acordo com a Prefeitura, a licitação está marcada para o dia 3 de setembro.

O custo total para o município será de R$ 24,9 milhões, enquanto que a futura concessionária que vai administrar o serviço vai arcar com o restante do aporte de recursos. Além do investimento privado, a concessionária deverá pagar ao município uma outorga variável de 3% sobre a receita tarifária.

O prazo de concessão para o serviço é de 30 anos. Segundo a prefeitura, as obras de implantação devem durar dois anos. O transporte de barcas entre os aeroportos da cidade tem previsão de atender 3,5 mil passageiros diários.

Detalhes

As embarcações que farão o transporte entre os terminais aéreos do Rio serão 100% elétricas, com capacidade para transportar entre 60 e 100 passageiros e projetadas para operar com zero emissão de carbono.

As barcas foram escolhidas como meios de transporte aquaviário por seu baixo calado, de apenas 0,5 metro, eliminando assim a necessidade de obras de dragagem e garantindo a preservação do ecossistema local.

O serviço vai funcionar diariamente das 6h às 23h, com viagens de aproximadamente 35 minutos entre duas estações: uma na Marina da Glória, ao lado do Santos Dumont, e outra na praia do Galeão, na Ilha do Governador.

Ao desembarcar na estação da Estrada do Galeão, os passageiros seguirão para o terminal de destino em um dos quatro micro-ônibus elétricos que estarão disponíveis. O trajeto completo deverá levar cerca de 55 minutos, com intervalos de 15 minutos entre as partidas.

As embarcações elétricas levam de 12 a 18 meses para serem fabricadas a partir da contratação. A aprovação do projeto envolverá questões de segurança marítima, meio ambiente, CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e agências reguladoras.

O principal desafio para a implementação deste projeto é garantir o interesse privado no empreendimento, com a participação ativa das esferas federal, estadual e municipal do governo, que devem aportar recursos recorrentes para viabilizar o retorno dos investimentos.