O último painel da edição 2023 do Norte Export teve como tema os acessos terrestres e hidroviários aos terminais portuários da região NorteCrédito: Antonio Pereira
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Presidente da Infra SA garante ações para melhorar a infraestrutura na região
Jorge Bastos detalhou alguns projetos do Governo Federal durante painel do Norte Export
O último painel de debates da edição do Fórum Norte Export 2023, realizado ontem (4), em Manaus (AM), teve um importante assunto voltado para os avanços da infraestrutura na região amazônica: acessos terrestres e hidroviários aos terminais portuários. O tema já havia sido abordado brevemente pelo governador Wilson Lima (União Brasil) durante sua fala na abertura do evento, no dia anterior. O Governo Federal, representado pela Infra SA, tem planos e projetos detalhados para a região, mas muito ainda precisa ser feito para encerrar gargalos importantes.
Jorge Bastos, presidente da Infra SA, e Leandro Silva, superintendente de Planejamento e Estudos de Transportes da autarquia, fizeram uma apresentação que mostrou algumas das ações programadas do Governo Federal para a região. Entre eles:
– Concessão da BR-364
– Recuperação ou concessão da BR-163
– Melhorias e investimentos nos rios Madeira, Amazonas e Rio Negro
– Derrocamento do Pedral de Lourenço e melhorias na navegabilidade do Rio Tocantins
“Acredito que o Governo está empenhado em resolver problemas. O Ministério dos Transportes está com investimentos que somados representam os quatro anos do governo anterior”, comentou Bastos.
Outro ponto levantado por ele foi a respeito da decisão se os assuntos voltados para os transportes aquaviários são de responsabilidade do Ministério dos Transportes, através do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) ou do Ministério de Portos e Aeroportos.
“Isso é uma solução que o Congresso Nacional tem que dar para termos essa definição. O Dnit é quem faz todas as obras vinculadas ao Ministério dos Transportes, que tem uma capacidade maior de investimentos. O governo tem toda boa vontade de resolver os problemas, sabemos de tudo, temos mapeado e passado para as pastas todos os problemas que estamos lidando”, disse.
BR-163
Eduardo Bezerra, diretor-presidente da Companhia Docas do Pará (CDP), reforçou a questão que envolve a BR-163, onde, segundo ele, há um trecho em que possui um gargalo que atende o porto público de Santarém (PA).
“Falamos da BR-319, BR-364, mas esquecemos da 230. A concessão da 163 vira para Santarém. Esse trecho não está concedido e nós temos um gargalo que atende o porto. A 163 virou para a esquerda, pegando o trecho da 230, e ela não chega em Santarém, onde ela de fato termina. O porto precisa ser contemplado. Se não houve interesse privado, teria que ser intervenção do poder público”, analisou.
Durante sua fala no painel, Bezerra levantou a questão apresentada pelo secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Fabrizio Pierdomenico, durante discurso na solenidade de abertura do Norte Export, de que o Governo Federal vai voltar a investir recursos públicos no setor portuário, assim apresentando uma nova diretriz do governo.
“Acho que o doutor Fabrizio Pierdomenico foi muito feliz na fala dele do Governo recepcionar a ideia de voltar a ter aporte de recursos federais em obras estratégicas. Temos portos na região Norte limitados pela sua comunicação com o Oceano Atlântico. É a Barra Norte que limita o Porto de Santarém, que limita as unidades portuárias do Amazonas, e é o (Canal do) Quiriri que limita o nosso Porto de Vila do Conde. Estamos construindo, a várias mãos, a possibilidade de um novo programa com aporte de recursos federais”, afirmou.
A expectativa, no entanto, é de que os recursos da pasta de Portos e Aeroportos sejam ainda muito poucos para 2023. Rui Lourenço, gerente executivo Comercial e de Desenvolvimento da Santos Brasil para a Região Norte, lamentou o fato.
“Uma pena escutar não ter investimentos para este ano. Estão todos preparados, terminais, operadores, armadores. A economia global tende a estabilizar, a logística mundial já passou pela sua pior fase que foi a pandemia. Os fretes internacionais já voltam para os patamares normais. Vamos ter que ser criativos esse ano, não tem outra saída. Contar com apoio de desburocratizar parte de autarquias, tudo isso para ter uma rotatividade”, analisou.