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O espanhol Francisco Esteban Lefler, que fez sua apresentação de forma virtual no Enaph, também destacou a governança como um fator crítico para a modernização portuária. Foto: Divulgação/Grupo Brasil Export

Brasil Export

Presidente da Pianc destaca a importância da energia renovável

Atualizado em: 18 de outubro de 2024 às 8:18
Júnior Batista Enviar e-mail para o Autor

Francisco Esteban Lefler abordou como a transição energética pode reduzir custos e aumentar a competitividade dos portos no cenário global

O presidente internacional da Pianc (Associação Mundial para Infraestrutura de Transportes Hidroviários), o espanhol Francisco Esteban Lefler, enfatizou o papel crucial da transição energética nos portos, abordando a integração das energias renováveis, como solar e eólica, nas operações portuárias. Ele falou sobre o assunto durante sua apresentação, de forma virtual, no Enaph (Encontro Nacional de Autoridades Portuárias e Hidroviárias), dentro do fórum Brasil Export, em Brasília (DF).

Essa transição, segundo ele, não é apenas uma necessidade ambiental, mas também uma estratégia vital para a modernização e competitividade dos portos brasileiros no cenário global.

“A integração dessas fontes não é apenas uma oportunidade de abastecimento, mas também de geração de energia nos terminais”, afirmou. Lefler ressaltou que a adoção dessas energias renováveis pode resultar em uma significativa redução de custos operacionais e aumento da sustentabilidade nas atividades portuárias. Ao mesmo tempo, ele também pontuou os desafios que essa transição impõe. “O caminho para combustíveis com zero emissão de carbono ainda está repleto de incertezas, tanto na fabricação quanto na logística”.

A diversidade de novos combustíveis e suas características de segurança foram apontadas por Lefler como um dos obstáculos à substituição dos atuais combustíveis fósseis. “Os diferentes combustíveis têm características físicas e de segurança muito diversas, e isso torna complexa a mudança de um para outro”, destacou. Ele explicou que cada tipo de combustível requer procedimentos específicos de manuseio e armazenamento, o que pode dificultar a transição e exigir investimentos significativos em infraestrutura e treinamento.

Além das questões energéticas, o presidente ressaltou a crescente importância do fator ambiental no planejamento portuário. “Os portos precisam atender tanto às demandas ambientais quanto urbanas, e, hoje, qualquer intervenção de grande porte só é viável com o apoio da população”, disse Lefler, sublinhando a necessidade de maior transparência e comunicação entre os gestores e a sociedade. Essa interação é fundamental para garantir que as decisões tomadas sejam compreendidas e apoiadas pela comunidade local, minimizando resistências e promovendo um desenvolvimento harmonioso.

Lefler também destacou a resiliência das infraestruturas portuárias diante das mudanças climáticas e desastres. O especialista explicou que, no passado, as estruturas eram projetadas para condições específicas, mas atualmente elas devem ser capazes de se adaptar e recuperar-se rapidamente de situações adversas. “As infraestruturas modernas precisam ser flexíveis e permitir a recuperação rápida, evitando catástrofes quando as condições ultrapassam os limites de projeto”, explicou, enfatizando que essa flexibilidade é essencial para garantir a continuidade das operações portuárias.

A governança também foi destacada como um fator crítico para a modernização portuária. Segundo Lefler, os portos precisam adotar uma gestão integrada e adaptável, alinhada às mudanças globais. “A colaboração entre agentes nacionais e internacionais é fundamental. Somente compartilhando conhecimento inovador é que seremos capazes de enfrentar os desafios que se apresentam”, disse, ressaltando a importância de parcerias que envolvam diferentes setores e países.

Potencial

Por fim, Lefler reforçou o potencial que o Brasil tem de se beneficiar com a expertise da Pianc. “O Brasil tem muito a ganhar com essa troca global, tanto no desenvolvimento de infraestruturas portuárias mais modernas quanto na adoção de novas tecnologias energéticas. Precisamos pensar fora da zona de conforto e abraçar a inovação”, concluiu, convocando os gestores e investidores a se unirem em torno de um futuro mais sustentável e eficiente para os portos do país. Essa visão não apenas contribuirá para o desenvolvimento econômico, mas também para a preservação ambiental e o bem-estar das comunidades.

Também participaram da apresentação de Lefler, mas de forma presencial, o presidente da Associação Brasileira das Entidades Portuárias e Hidroviárias (Abeph), Luiz Fernando Garcia, o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o vice-presidente da Pianc para as Américas, o norte-americano Calvin Creech.

 

 

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