sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Dolar Com.
Euro Com.
Libra Com.
Yuan Com.

Bruno Fonseca diz que um dos pontos principais da sua gestão é dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito e fortalecer a aproximação da praticagem com a sociedade (Foto: Divulgação/Praticagem do Brasil)

Nacional

Presidente da Praticagem fala em maior conexão com a sociedade

12 de junho de 2024 às 9:48
Cássio Lyra Enviar e-mail para o Autor

No dia em que a entidade completa 216 anos de regulamentação, BE News traz uma entrevista exclusiva com Bruno Fonseca

Uma das principais e mais respeitadas entidades inseridas no setor marítimo e portuário brasileiro, a Praticagem do Brasil completa nesta quarta-feira, 12 de junho, 216 anos de regulamentação no país. Para celebrar a oportunidade, o BE News conversou com o presidente da entidade, Bruno Fonseca, que destacou a atuação dos práticos e pontuou os principais desafios para a categoria.

Nomeado para o cargo em janeiro deste ano, Fonseca já tem grande e importante atuação na Praticagem desde 2020 atuando no Conselho Nacional de Praticagem (Conapra).

O presidente celebrou a Lei 14.813, que regulamenta os serviços de praticagem, sancionada em janeiro deste ano.

“2024 está sendo um ano de uma grande vitória nossa, onde tivemos a sanção da Lei 14.813, que traz bastante segurança jurídica e estabilidade regulatória para nossa atividade”, analisou.

Fonseca destacou que um dos pontos principais da sua gestão, que vai até 2025, é dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito e fortalecer a aproximação da praticagem com a sociedade.

“O objetivo é continuar fortalecendo a Praticagem do Brasil perante a sociedade. A praticagem ainda é uma atividade desconhecida para a grande maioria da população. Então, queremos aproximar a sociedade, mostrar a importância do nosso trabalho, representar institucionalmente os práticos e trabalhos de conselho”, afirmou.

Atualmente, há 600 práticos que atuam em manobras, atracação e desatracação nos portos brasileiros.

“95% do nosso comércio ainda é feito pelo mar. Significa que em mais de 95% do comércio internacional do país, a atividade de praticagem está incluída neste setor. A Praticagem do Brasil é uma referência internacional e nosso objetivo é a representação dos práticos perante os órgãos reguladores e também para a sociedade”, analisou.

Segundo Bruno Fonseca, os práticos têm procurado se manter antenados com os avanços tecnológicos dentro do setor portuário e de navegação. Assuntos que envolvem a chegada de navios maiores em águas brasileiras, bem como eficiência energética são temas que estão sendo trabalhados na entidade.

Ainda de acordo com ele, o maior desafio da classe é manter o índice muito baixo de registros de acidentes, graças a capacidade técnica dos práticos, uma referência mundial.

“Nós estamos tendo o aumento dos navios, os navios estão gerando muita economia de escala, movimentando cada vez mais cargas por escala. Estão trabalhando muito para a eficiência energética, ponto esse que faz com que se consumam menos combustíveis e sejam mais eficientes em alto mar. Mas para a navegação em água restrita se torna um desafio muito grande. Nós investimos muito em estudos, tecnologia e treinamentos para superar esses desafios”, comentou.

Conapra chega aos 49 anos e quer consolidar instituto voltado para o setor

Em paralelo à comemoração dos 216 anos da Praticagem do Brasil, o 12 de junho marca também os 49 anos do Conselho Nacional de Praticagem. O Conapra é a associação que representa as entidades de praticagem e busca o aprimoramento da profissão e da qualidade do serviço. Trata-se do órgão de representação nacional da praticagem reconhecido pela Marinha do Brasil.

“Ele é reconhecido desde 2000 como órgão de representação oficial pela Marinha. Nós temos delegação de competência para fazer inspeções de atalaias (centros de operações), tripulação de lanchas, bem como também emitir pareceres, favoráveis ou não favoráveis, para as lanchas de navegação”, disse o presidente da Praticagem do Brasil, Bruno Fonseca.

O Conapra também é responsável por coordenar o Curso de Atualização para Práticos (ATPR) a cada cinco anos. Segundo o presidente, todos os práticos brasileiros precisam realizar este curso.

Uma das prioridades para o Conselho Nacional, de acordo com Fonseca, é consolidar o Instituto Praticagem do Brasil, em Brasília, como um centro de treinamento e também como uma ferramenta para o Brasil, para verificar a viabilidade de novas operações, novos tipos de navios e berços.

“Em vez de pegar os órgãos reguladores e levá-los, por exemplo, para Rio Grande (RS), Fortaleza (CE), Rio de Janeiro. A ideia é levarmos os órgãos para dentro do instituto e lá podemos testar, verificar a viabilidade técnica das manobras, além também de ter mais uma opção de nosso instituto realizar as turmas do ATPR”, declarou.

Compartilhe:
TAGS