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Acessos, sejam terrestres, ferroviários e até mesmo os aquaviários, são considerados pelos principais players do segmento como o principal problema a ser melhor solucionado. Foto: Rodrigo Borthagaray

Mercosul Export

Presidente do Sopesp defende tecnologias para mitigar problemas de acessos

24 de agosto de 2024 às 7:36
Cássio Lyra Enviar e-mail para o Autor

Modernização e inovação no setor portuário foram discutidos em um dos painéis do Mercosul Export

Um dos painéis técnicos que fizeram parte da programação do Mercosul Export, Fórum Internacional de Logística, Infraestrutura e Transportes, teve como tema central a modernização e a inclusão de novas tecnologias dentro do setor portuário. O presidente do Sindicato dos Operadores do Estado de São Paulo (Sopesp), Regis Prunzel, disse que o setor poderia pensar em práticas de última geração para tentar solucionar o que é considerado o principal gargalo dos portos brasileiros: os acessos.

Acessos, sejam terrestres, ferroviários e até mesmo os aquaviários, são considerados pelos principais players do segmento como principal problema a ser melhor solucionado, visando o crescimento e modernização dos complexos portuários brasileiros.

Usando especificamente os portos do estado de São Paulo, onde o Sopesp tem importante atuação através dos operadores portuários associados, Prunzel citou a necessidade de uso de novas tecnologias para solucionar o problema dos acessos.

“Nós temos um grande desafio de infraestrutura que todos nós sabemos que é a questão dos acessos. Nós não sabemos ainda qual é o gargalo, e eu acho que aí vai precisar de um tecnologia, o que vem de novidade nessa tecnologia para esse problema”, comentou.

Prunzel defendeu a ideia de um condomínio portuário para tratar de grandes problemas de logística e infraestrutura, juntando esforços de operadores portuários, autoridades portuárias e demais envolvidos com o propósito de desenvolvimento do setor.

“Um ponto que todos operadores de São Paulo tem trabalhado fortemente é continuar nessa jornada de tecnologia, da busca das melhores práticas e também de performance”, completou.

Papel da agência

O diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Alber Vasconcellos, afirmou que já existe bastante tecnologia e modernização dentro das operações portuárias, fazendo inclusive comparações com outros terminais no mundo, que são considerados da mais alta ponta em termos de tecnologia.

O diretor da agência afirmou que a modernização e sistematização das operações já podem ser feitas a partir do contratos de arrendamentos portuários, que são promovidos pela Antaq.

“No nosso viés, no olhar das modelagens de ocupação de áreas públicas, que são os arrendamentos, a gente já vê nessa modelagem o ganho de eficiência de um terminal”, disse.

Em sua fala, Vasconcellos fez menção ao guia da agência sobre questão de impactos, que envolvem questões ambientais e de descarbonização, por exemplo.

“É um guia orientativo, mas estamos acompanhando todos os movimentos. A gente tem que saber vender melhor enquanto setor portuário, porque a gente já está fazendo diversas coisas. A Antaq sempre se colocou à frente, fazendo parcerias com autoridades portuárias que estão desenvolvendo tecnologias”, completou.

Atuação

O presidente do Conselho Tech do Brasil Export e diretor-executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), Angelino Caputo, afirmou que a tecnologia pode e deve ser vista como um mecanismo para ajudar na desburocratização, uma das bandeiras principais do setor.

“Durante o evento, muito se falou em burocracias, e a tecnologia é um componente que vem para ajudar muito nesse desafio de desburocratizar o setor. A grande bandeira que a Abtra tem apoiado é justamente a implantação das medidas de facilitação do comércio. A gente deve parar de romantizar a tecnologia, onde ninguém faz para ser bonito ou então exibir pro amigo ou pra qualquer pessoa que seja. Ela vem para otimizar, dar eficiência em processos”, comentou.

Angelino disse que a procura por novas tecnologias e sistemas estão se dando mais rápido do que nunca, pois a velocidade pela busca de inovação está sendo jamais vista como nos dias atuais.

“Esse processo de adoção de tecnologia, que se confunde com inovação, precisa ser cada vez mais especializado. As empresas têm que se destacar, contar com especialistas para ter esse olhar com cuidado. Estamos em um tempo onde nunca se viu, com tanta novidade, tanta inovação, que com o passar do tempo a tecnologia se torna obsoleta e outra entra no lugar”, finalizou.

O painel de tecnologia e inovação no setor contou ainda com as participações de Cristiano Klinger, presidente da Portos RS, Joel Julius, presidente do Conselho do Singapura Export e o engenheiro naval, Gustavo Alonso.

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