Os presidentes de quatro autoridades portuárias do Nordeste participaram de um painel juntamente com o secretário-executivo do Ministério de Portos, Roberto GusmãoCrédito: Divulgação/Brasil Export
Região Norte
Presidentes de Autoridades Portuárias do Nordeste projetam futuro de seus terminais
Diretores comentaram alguns projetos que vão incrementar a atividade portuária
Presidentes de quatro Autoridades Portuárias da região Nordeste do Brasil comentaram sobre projetos futuros para seus respectivos terminais durante o Nordeste Export – Fórum Regional de Infraestrutura, Logística e Transportes, realizado em João Pessoa (PB). O assunto veio à tona no painel que analisava as gestões públicas portuárias. Além dos mandatários das Autoridades Portuárias, participou desse debate o secretário-executivo do Ministério de Portos e Aeroportos, Roberto Gusmão.
Anfitrião da edição 2023 do fórum, o presidente do Porto de Cabedelo, Ricardo Barbosa, citou parcerias que estão sendo efetuadas com diversas secretarias do Governo do Estado da Paraíba dentro do lançamento do programa porto-cidade.
Segundo Barbosa, para colocar em prática alguns projetos visando incrementar a atividade portuária, serão necessários investimentos em uma nova dragagem.
“Vamos trabalhar firmemente no projeto do terminal de passageiros. Encontramos uma dificuldade, pois os navios que operam na costa Nordeste são muito maiores do que navios de cinco, seis anos atrás. Então, vamos ter que fazer uma nova dragagem, a ampliação da bacia de evolução. Estamos concluindo o termo de referência para licitar o projeto, algo cujo custo estimado está em torno de R$ 50 milhões. O aprofundamento da bacia já impacta bastante no custo final do terminal. Estamos autorizados a seguir adiante”, disse Barbosa, citando a permissão já concedida pelo governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB).
Investimentos
O presidente do Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco, Marcio Guiot, não entrou em detalhes sobre planos, mas disse que, a partir deles, espera captar investimentos de pelo menos R$ 1 bilhão.
“Estamos bem. É um legado das administrações anteriores, e só cabe a gente elevar a barra”, disse Guiot, que substituiu justamente Roberto Gusmão na presidência de Suape. “Queremos ter um portfólio de projetos para chegar a pelo menos R$ 1 bilhão”.
Ele também demonstrou impaciência com a demora para se tirar do papel alguns projetos de ramais ferroviários que cheguem aos terminais portuários da região.
“Precisamos pensar grande como Nordeste, isso é uma missão nossa. Quando vejo discussões sobre a viabilidade de se ter um ramal ferroviário para Suape ou Pecém (principal complexo portuário do Ceará) é muito frustrante. Devíamos estar com esses ramais prontos há muito tempo. E se não tem recurso federal para tudo isso, que a gente consiga construir o caminho jurídico para que outras fontes de recurso possam vir e investir”, analisou.
Reduzir burocracias
A presidente da Companhia das Docas da Bahia (Codeba), Ana Paula Calhau, defendeu uma modernização da lei de licitações e afirmou que a companhia vem trabalhando para reduzir eventuais burocracias.
“Primeiro, estamos trabalhando de doações de EVTEA (Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental) para nossas áreas de investimento industrial. A lei das estatais deu autonomia para que as empresas tenham seus normativos contratuais e legislativos para contratação de serviços. Mas a gente devia modernizá-los, saber que essa mudança da lei de licitações trouxe outras ferramentas. A gente também tem que identificar que nem sempre algumas execuções exigem projetos de imediato, até porque a gente pode delegar a terceiros em parceria, usando mecanismos legais, como um chamamento público. Temos que efetivamente usar os recursos públicos para que a gente use com maior eficiência e competitividade”, comentou.
Parceria
Nino Ubarana, presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), definiu a agenda da Secretaria Nacional de Portos de recursos usados especialmente para projetos como importante e comentou sobre uma importante parceria para o porto a partir de 2026.
“A Codern recebeu uma carta de intenção da empresa Fomento do Brasil, a fim de que doe o EVTEA para possivelmente começar a operar em 2026, exportando minério de ferro”, disse Ubarana.
Quando ainda falava sobre planos para a Codern, o presidente da Autoridade Portuária aproveitou para reforçar a importância de uma maior cooperação entre os terminais nordestinos.
“Vamos provavelmente fazer um estudo com empresas, uma licitação, para trazer a viabilidade do Porto de Natal. Porque, assim como os outros portos, não temos que vê-los como concorrentes, mas sim como coirmãos. Há necessidade de um diálogo permanente entre os portos, a fim de conseguirmos atrair nossos clientes sem prejudicar nossos vizinhos”.