O governador Rafael Fonteles disse que o porto era “uma dívida que o poder público tinha com as pessoas”, e que as próximas etapas irão mudar a realidade econômica do Piauí / Crédito: Divulgação/Governo do Piauí
Região Nordeste
Primeira etapa de obras para criar porto no Piauí é inaugurada
Estado do Nordeste é o único na costa brasileira que não tem um complexo portuário
O Governo do Piauí inaugurou na quarta-feira (13) a primeira etapa das obras que visam a criação do Porto de Luís Correia. O estado é o único localizado na costa brasileira que não tem um porto.
No papel, o complexo portuário existe desde 1960, com a primeira pedra fundamental lançada em 1976, mas após várias paralisações e brigas judiciais com empresas contratadas para a realização das obras, o projeto foi embargado.
Em 2023, o governo conseguiu retomar o planejamento e nesta quarta-feira inaugurou a primeira etapa das obras, voltadas à urbanização do porto, que promete dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) do Piauí em até 10 anos.
Foram investidos cerca de R$ 90 milhões em trabalhos que envolveram a pavimentação no trecho de acesso ao complexo, a construção de um terminal pesqueiro e a dragagem do canal de acesso ao rio Igaraçu.
Além da inauguração, o Governo do Piauí recebeu do Ministério de Portos e Aeroportos e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a autorização que permite o funcionamento do local.
Com isso, o porto registrou a chegada dos seus primeiros navios nesta semana: três embarcações da Marinha do Brasil, que participaram da cerimônia.
Presente na inauguração, o governador Rafael Fonteles disse que o porto era “uma dívida que o poder público tinha com as pessoas”, e garantiu que as próximas etapas irão mudar a realidade econômica do Piauí.
“Ser o único estado com litoral sem porto atrapalhava o nosso desenvolvimento. Agora temos, está só na primeira etapa, teremos várias ao longo dos próximos anos. E por ser um porto que ainda não estava construído, ele está nascendo com os terminais que apontam para o futuro”, disse.
Atualmente, os produtos chegam ou saem do Piauí pelos portos do Itaqui, no Maranhão, e Pecém, no Ceará, deixando recursos nesses dois estados e causando a perda de pelo menos R$ 300 milhões em arrecadação pelo Piauí.
PRÓXIMAS ETAPAS
As próximas etapas envolvem a construção, pela iniciativa privada, de terminais e também uma estrutura para movimentar hidrogênio verde (H2V), que será produzido na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do estado.
Inclusive, o Piauí fechou um acordo recente com a União Europeia que prevê R$ 60 bilhões aplicados pelo bloco na produção do combustível, que será exportado para abastecer os países europeus.
As operações com cargas devem começar, efetivamente, no fim do ano que vem, quando o primeiro terminal ficar pronto, estima o governo. Em princípio, quatro terminais devem ser instalados nos próximos anos: um de pescado, um de grãos e fertilizantes, um terminal de cargas e descargas em geral e um terminal de hidrogênio verde e amônia.
Os editais para que as empresas interessadas possam explorar o porto e operar os terminais deverá ser feito até fevereiro do ano que vem, segundo o governador.