O Tiplam é o responsável pelo desfecho da cadeia logística criada pela VLI no Corredor Centro-Sudeste da Ferrovia Centro-AtlânticaCrédito: Divulgação/VLI
Região Sudeste
Programa de inovação meteorológica aumenta eficiência operacional do Tiplam
Radar meteorológico de alta precisão monitora chuvas em tempo real, permitindo a continuidade das operações
Um programa de inovação tecnológica voltado à meteorologia portuária, implantado em 2020 no Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), no Porto de Santos (SP), tem trazido resultados positivos à VLI, companhia que opera o ativo.
Isso porque a ferramenta, que opera com base em uma plataforma tecnológica pioneira para nowcasting (previsão do tempo de curtíssimo prazo), permite que a empresa faça um planejamento minucioso de paradas operacionais, que só acontecem quando realmente vai chover, seguindo informações mais factíveis.
E quando as paradas são necessárias, o tempo é utilizado para a realização de manutenções preventivas nos equipamentos do terminal.
Luciano Gonçalves Pereira, gerente de Transformação Digital para Portos e Terminais da VLI, explica que, além de diminuir o tempo de parada dos navios no porto, a meteorologia portuária garante um carregamento rápido, seguro e reduz o risco de comprometimento da carga. “Antes desta inovação, tudo era feito a partir da percepção humana”, pontua.
Ele diz que, além de auxiliar a operação, a ferramenta agora está sendo utilizada pela equipe de Planejamento para traçar metas de volumes, tanto diários quanto mensais. “Assim, a tecnologia traz assertividade para as operações e torna a execução dos planejamentos mais factíveis”.
O resultado aparece em números: apesar de o ano passado ter sido mais chuvoso que o anterior, a VLI operou 726 horas ao longo de 2022, um ganho de 17 horas em relação a 2021, e de 9% de aumento no volume movimentado.
Isso porque a ferramenta permitiu que 1,1 milhão de toneladas fossem movimentadas em condições de “risco de eventos climáticos”, ou seja, sob risco de chuva, sem nenhum risco à carga operada.
A ferramenta
Com um radar meteorológico compacto Banda X instalado no Monte Serrat, em Santos, a sete quilômetros do Tiplam, a VLI monitora a chuva em tempo real e faz uma projeção de onde essa precipitação estará em curtos espaços de tempo. Ou seja, em 10, 20 ou 30 minutos.
A plataforma conta ainda com detecção e projeção de chuva com base em dados do radar meteorológico; imagens de satélite para auxiliar nas análises climáticas e visualização de descargas elétricas; modelo matemático específico para a microrregião da Baixada Santista que gera previsões climáticas diárias com mais precisão; previsão de temperaturas para as próximas 72 horas; previsão da direção e velocidade dos ventos; e informações de altura de ondas de swell, que atrapalha a entrada e saída de navios no canal.
Operação no Tiplam
Os terminais integradores de Guará (açúcar), em São Paulo, e Uberaba (grãos e açúcar), em Minas Gerais, recebem a safra de algumas das principais regiões produtoras do país, como Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Minas Gerais, e encaminham a carga para o Tiplam, através da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).
Uma das vantagens do terminal santista é a sua operação de exportação ser realizada 100% pela ferrovia, proporcionando mais agilidade tanto na entrada quanto na saída do terminal.
O Tiplam é o responsável pelo desfecho da cadeia logística criada pela VLI no Corredor Centro-Sudeste da Ferrovia Centro-Atlântica, uma rota relevante para o escoamento de granéis agrícolas.