O projeto binacional de transporte hidroviário abrange trechos de sete rios, totalizando uma extensão de 1.860 km. A navegação pelo canal fluvial permitirá o escoamento de cargas entre os países sul-americanos de forma mais eficiente. Foto: Divulgação
Região Sul
Projeto de concessão da hidrovia Brasil-Uruguai não está parado, diz secretário
Dino Antunes disse que o avanço da proposta foi afetado pelas fortes chuvas que causaram inundações no Rio Grande do Sul
A interrupção no processo de concessão da hidrovia Brasil-Uruguai foi debatida na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, na última terça-feira (26), durante o 1º Seminário Internacional de Cooperação e Inovação do Setor Portuário. O secretário nacional de Hidrovias do Ministério de Portos e Aeroportos, Dino Antunes, explicou que o avanço da proposta foi afetado pelas fortes chuvas que causaram inundações no Rio Grande do Sul em 2024.
Segundo Antunes, a intempérie climática danificou canais e a infraestrutura marítima da região, que agora necessitam de reparos antes que o arrendamento possa ser retomado. “É um projeto que não está parado. Está aguardando a dragagem que será feira pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), para uma concessão, uma parceria com a iniciativa privada”. Ainda segundo ele, a dragagem emergencial dos rios afetados começam em 2024.
O projeto
A hidrovia Brasil-Uruguai está prevista no Plano Geral de Outorgas (PGO) Hidroviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O projeto binacional de transporte hidroviário abrange trechos de sete rios, totalizando uma extensão de 1.860 km. A navegação pelo canal fluvial permitirá o escoamento de cargas entre os países sul-americanos de forma mais eficiente.
Para o embaixador uruguaio Guillermo Valles, o projeto da hidrovia é importante porque os países do Mercosul “serão os fornecedores da produção de alimentos sustentáveis para a segurança alimentar do mundo”, disse. “Mas, para isso, precisamos de uma boa logística e formas de transporte competitivas”, finalizou.
O debate foi solicitado pelo deputado Gilberto Abramo (Republicanos-MG). Também participaram do evento o senador Wellington Fagundes (PL-MT) e os embaixadores Juan Ángel Delgadillo, do Paraguai; Guillermo Daniel Raimondi, da Argentina; André Driessen, embaixador dos Países Baixos no Brasil; Odd Magne, embaixador da Noruega no Brasil; e María Sol Delgado Ayca, conselheira da Embaixada do Peru.