A Fortescue vai explorar a produção do hidrogênio verde no Porto do Pecém. Foto: Porto do Pecém/Divulgação
Região Nordeste
Projeto de H2V entra em fase de viabilidade no Pecém
Até o fim deste ano, as obras de terraplanagem em área de 120 hectares devem começar
A Fortescue antecipou a decisão de investimento, previsto em R$ 25 bilhões, para a produção de hidrogênio verde no Porto de Pecém, no Ceará. Segundo comunicado da empresa de tecnologia, a decisão visa “acelerar a descarbonização na indústria pesada no mundo de forma rápida e rentável”.
A prática se chama decisão antecipada de investimento (EID, na sigla em inglês). A decisão não significa que o projeto será implantado, mas o avanço da decisão de investimento indica que há viabilidade técnica para o projeto ser implantado. O martelo deve ser batido somente no ano que vem.
Porém, informações publicadas no Jornal Diário do Nordeste dão conta que as obras de terraplanagem podem ser iniciadas ainda neste ano, em uma área de 120 hectares reservada para a empresa, onde futuramente será implantado o Hub de Hidrogênio Verde do complexo. A companhia também já recebeu a autorização da autoridade ambiental do Estado do Ceará, a Semace, para iniciar as obras de preparação do terreno.
No anúncio, o grupo destacou que o Projeto Pecém está entre os prioritários do seu portfólio no mundo, alinhado com seu objetivo de descarbonização da indústria.
“À medida que as consequências da mudança climática avançam, o que acontece rapidamente, a única escolha deve ser parar de usar combustíveis fósseis”, afirma o Chariman-Executivo da Fortescue, Andrew Forrest. “A energia verde é o único recurso que pode ser desenvolvido de forma rápida. A expansão da energia verde da Fortescue levará apenas alguns anos, enquanto outros levarão décadas”, completa.
Em sua justificativa, a Fortescue diz que Brasil tem “um grande potencial para seu projeto, devido à disponibilidade de energia renovável, infraestrutura e seu capital humano”. Também atribui à aprovação do PL 2308/2023 no Congresso Nacional, na semana passada, que estabelece o Marco Legal e a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, um passo fundamental para a indústria.
“O Brasil fez um importante avanço na regulamentação de uma indústria que protagonizará a descarbonização e a transição energética nacionais, passos fundamentais para a neoindustrialização verde da economia brasileira. A cadeia de valor do H2V abrange todo o país e beneficiará diversos setores industriais, como fertilizantes, cimento, aço e aviação, por exemplo. O Brasil está no rumo certo”, afirma o gerente regional de Relações Governamentais da Fortescue para a América Latina, Sebastián Delgui.
O projeto do Pecém segue nas últimas definições e ajustes do projeto de engenharia antes de iniciar a preparação da área da planta de hidrogênio verde.
A Fortescue também decidiu antecipar a decisão final de investimentos nos projetos Arizona Hydrogen, nos Estados Unidos, Gladstone PEM50, na Austrália e Holmaneset, na Noruega.
Por outro lado, continua explorando possibilidades em seus projetos no Marrocos, Argentina, Nova Zelândia, Omã, Egito, Quênia, Noruega, Jordânia e Estados Unidos.