Os debatedores do painel do Norte Export discutiram como a Zona Franca de Manaus está inserida na reindustrialização do Brasil Crédito: Antonio Pereira/Brasil Export
Norte Export
Projeto de reindustrialização do Brasil passa diretamente por Manaus e a Zona Franca
Para diretor adjunto da FIEAM, entidades e os próprios governos precisam olhar a região Amazônica como um grande centro industrial
Um dos principais planos do atual governo é voltado para a reindustrialização do Brasil, visando aumentar o peso do setor industrial no cenário econômico. Para isso, esse processo será importante para a região de Manaus e, principalmente, para a Zona Franca da capital do Amazonas. A região e a reindustrialização foram temas discutidos em um dos painéis do Fórum Norte Export.
Durante seu discurso, Augusto Cesar Barreto Rocha, diretor adjunto da Federação da Indústria do Estado do Amazonas (FIEAM), defendeu que entidades e os próprios governos precisam olhar a região Amazônica como um grande centro industrial.
Baseando-se em dados, a atividade industrial no estado do Amazonas corresponde a 36% do Estado. Esses números são maiores do que em estados do Pará e São Paulo, por exemplo, conforme explicou Rocha.
“Manaus tem um modelo de muito êxito. A participação industrial vai até um pouco na contramão da desindustrialização, mas a indústria é muito forte em Manaus. É um modelo de sucesso, mas que pode ter muito mais se parar de ser atacado pelo próprio Brasil. A discussão atual é como se nosso competidor fosse São Paulo, ou Acre, quando na realidade deveria ser China, Estados Unidos, Bangladesh, qualquer outro país estrangeiro que está competindo pelo mercado global das indústrias. A gente precisa parar de se posicionar como se fosse estranho ter indústria em Manaus”, analisou.
Representando o setor industrial, ele afirmou que a região ainda carece de muitos deficits e que, pelos tempos atuais, é necessário que a Amazônia tenha uma participação grande na economia do país.
“Há muitas estruturas de deficiência tecnológica na Amazônia. A gente tem ainda a Amazônia de 100 anos atrás, quando precisamos ter uma Amazônia percebida como relevante economicamente e que tem estoque de infraestrutura. E a realidade é que não temos estoque. Há deficit de rodovias, de aeroportos, déficit de tudo. Nos preocupa enxergar investimentos contundentes do Governo Federal para corrigir as deficiências históricas”, afirmou.
Augusto citou que a região Amazônica sofre deficiências históricas a respeito de investimentos em infraestrutura e que muito do que se planeja para o Estado precisa sair da mesa de discussão para poder virar obras e correções desses problemas.
“É preciso compreender que Manaus é uma cidade global, com indústria global, não é um cidade de interior, isolada. Manaus é uma cidade mais industrializada que São Paulo e está com a indústria global”, disse.