Região Sudeste
Qualificação para trabalhadores portuários avulsos recebe adicional de R$ 5 milhões
O investimento é um complemento ao fundo que financia o Programa de Ensino do Profissional Marítimo (PREPOM), gerido pelo Departamento de Portos e Costas da Marinha do Brasil.
Os operadores portuários de Santos destinaram um aporte adicional de mais de R$ 5 milhões para qualificação de trabalhadores portuários avulsos. Os treinamentos são realizados por instituições especializadas, credenciadas e homologadas pelo Órgão Gestor de Mão de Obra de Santos (OGMO Santos) e Departamento de Portos e Costas da Marinha do Brasil.
O investimento é um complemento ao Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo (FDEPM), já existente, que financia o Programa de Ensino do Profissional Marítimo (PREPOM). Os valores recolhidos pelos operadores portuários associados ao OGMO Santos para o FDEPM equivalem a 2,5% de toda a remuneração paga aos trabalhadores portuários tanto avulsos quanto vinculados.
No entanto, segundo o diretor executivo do OGMO Santos, Evandro Schmidt Pause, apesar de o valor recolhido ser elevado, o montante repassado ao fundo não supre a demanda atual de capacitação profissional. “Infelizmente, nos últimos anos, o retorno desse valor não tem sido suficiente para atender a necessidade de atualização sobre as normas legais (NRs), novas qualificações e treinamentos face às novas tecnologias e equipamentos, bem como as reciclagens já existentes que o OGMO precisa fazer”, explicou Pause. “Então, os operadores decidiram investir mais de 5 milhões, via OGMO, em treinamentos, qualificação e atendimento”, acrescentou.
Pause destacou, também, que, além dos investimentos adicionais no ensino profissional, os operadores estão fornecendo infraestrutura. “O OGMO está desenvolvendo parcerias com parte desses operadores para cessão de equipamentos e produtos em seus terminais, para que os trabalhadores tenham experiências realistas durante os treinamentos”, ressaltou.
Atualmente, o órgão mantém um quadro de 2.800 trabalhadores ativos, distribuídos em oito categorias profissionais que são qualificados para realizarem 80 diferentes atividades operacionais de capatazia ou a bordo das embarcações. São treinamentos voltados tanto para o trabalho prático e técnico, como de segurança do trabalho, meio ambiente e saúde ocupacional.
Pause disse que, em média, dois mil trabalhadores por ano passam pelo programa de treinamentos. “Em 2021, o OGMO realizou mais de 3,2 mil horas de treinamentos. Para 2022 e 2023, nós temos mais de 12 mil horas previstas em aulas”, afirmou.
Para o diretor-executivo do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Ricardo Molitzas, os treinamentos beneficiam os trabalhadores e impactam diretamente a produtividade e eficiência das atividades portuárias. “É de fundamental importância investir na atualização e no treinamento dos profissionais para garantir a eles conhecimento e segurança no ambiente de trabalho e nas operações. O resultado da iniciativa se reflete diretamente na produtividade, com operações mais seguras e eficientes, além de profissionais mais qualificados. Porém, vale ressaltar que, na minha visão, 100% desses treinamentos deveriam ser custeados através dos recursos recolhidos sobre a folha salarial dos operadores”, afirmou.