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Entidades do setor, como a Aprosoja Brasil, preveem que a safra brasileira de soja será de 135 milhões de toneladas, enquanto a Conab estima 149,4 milhões de toneladas (Foto: Wenderson Araújo/Trilux)

Nacional

Quebra de safra preocupa Frente Parlamentar da Agropecuária

Atualizado em: 28 de fevereiro de 2024 às 9:39
Yousefe Sipp Enviar e-mail para o Autor

Outro problema apontado pelo grupo durante reunião são os preços abaixo do custo de produção

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se reuniu na terça-feira, dia 27, para discutir os desafios da crise no setor agropecuário brasileiro. Com a projeção de colheita de grãos no Centro-Oeste em declínio, a preocupação da frente é que as dificuldades se estendam por todo o país, ameaçando o Produto Interno Bruto (PIB) e aumentando o desemprego.

Após o encontro, a frente parlamentar destacou que a quebra de safra e os preços abaixo do custo de produção estão gerando dificuldades financeiras para os produtores, tornando imprescindível a renegociação de dívidas e a exploração de opções de seguro rural.

O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), destacou a importância do Governo reconhecer o atual momento de dificuldade do setor. “O primeiro ponto é o Governo assumir e indicar que estamos em uma crise e que vamos precisar de um montante razoável e importante de recursos para compensar essa crise, seja no Plano Safra, seja no seguro”, afirmou.

Entidades do setor, como a Aprosoja Brasil, preveem que a safra brasileira de soja será de 135 milhões de toneladas, enquanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima 149,4 milhões de toneladas.

Segundo a FPA, o desequilíbrio comercial é o principal problema, com colheitas menores e preços dos produtos muito abaixo do custo de produção, citando o exemplo de plantações de soja que foram vendidas a R$140 por saca, mas estão sendo comercializadas por apenas R$ 90.

O chefe da frente acredita que a situação não será resolvida logo. “São dois, três anos de enfrentamento pela frente. Temos que nos adaptar a uma nova realidade que está pesando demais para os produtores”, disse Lupion.

O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, afirmou que a situação em Mato Grosso está sendo agravada pelos efeitos do clima. “Mato Grosso é um estado onde normalmente as chuvas ocorrem de forma regular, mas este ano terá uma grande queda na produção de muitos produtos, com colheitas que podem ficar entre 80% e 90% abaixo do normal.”

O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) afirmou ter elaborado um projeto de lei para renegociar as dívidas dos produtores rurais. “Ao proporcionar esse alívio financeiro, estamos oferecendo aos agricultores a oportunidade de enfrentar esses desafios de forma mais resiliente, preservando suas operações e evitando o endividamento excessivo que poderia resultar na impossibilidade de cumprir com seus compromissos financeiros”, disse.

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