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De acordo com a entidade, 76% das empresas afiliadas à ABOL tiveram aumento em suas receitas. O estudo é promovido desde 2014, a cada dois anos, pela Associação, e encomendado ao Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS). Foto: Divulgação/ABOL

Nacional

Receita bruta dos operadores logísticos alcança R$ 192 bi

19 de setembro de 2024 às 15:52
Júnior Batista Enviar e-mail para o Autor

Valor obtido em 2023 é 15% maior do que a última edição do estudo promovido pela ABOL, em 2021

A Receita Bruta Operacional (ROB) registrada pelos operadores logísticos brasileiros em 2023 foi de R$ 192 bilhões, 15% maior do que o contabilizado em 2021 pelo levantamento “Perfil dos Operadores Logísticos”, promovido pela Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL).  O valor atual é equivalente a quase 2% do PIB e a 17% dos custos de transporte e armazenagem do País, que somam R$1,1 trilhão.

De acordo com a entidade, 76% das empresas afiliadas à ABOL tiveram aumento em suas receitas. O estudo é promovido desde 2014, a cada dois anos, pela Associação, e encomendado ao Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS). O material analisa a performance das operadoras e revela, ainda, detalhes sobre a importância, evolução, desafios e anseios do setor.

Entre as novidades da pesquisa, estão informações sobre a jornada de descarbonização das companhias e a percepção delas sobre a infraestrutura portuária e aeroportuária brasileiras. Dados sobre faturamento, investimentos, inovação e geração de empregos seguem parte do mapeamento e demonstraram crescimento.

A pesquisa estimou um universo de 1.300 empresas, de pequeno, médio e grande portes, que atenderam a pré-requisitos determinados, como a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e serviços oferecidos. Destes, 127 operadores, entre eles os associados à ABOL, colaboraram diretamente com o material. Juntos, eles representam 40% do faturamento do setor.

Arrecadação

No período da pesquisa, os OLs arrecadaram R$ 43 bilhões em tributos. Quando comparado ao total de impostos recolhidos no Brasil, os OLs foram responsáveis por 0,5%, 1,1% e 0,7% do máximo arrecadado pelas esferas municipais, estaduais e federais, respectivamente. Além disso, foram responsáveis por cerca de 2,3 milhões de empregos diretos e indiretos, sendo a maioria no regime CLT, no ano passado.

“Os dados apurados reforçam a relevância dos operadores logísticos não apenas para a evolução contínua da modalidade de serviços no Brasil, mas também para o desenvolvimento da economia nacional. Essa representatividade se evidencia diante dos investimentos feitos em 2023, que chegaram a R$20 bilhões”, destaca a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha.

Em 2023, 68% dos OLs avançaram nos investimentos em comparação ao volume injetado em 2022. Em 2021, o percentual foi de 59% em relação ao exercício anterior. O foco dos OLs foi nos softwares (83%).

As obras de infraestrutura receberam capital de 78% dos operadores respondentes e aparecem em segundo lugar no ranking de aportes. Logo depois vem a aquisição de novas máquinas ou equipamentos, por 69%.

Em meio aos novos projetos, os OLs sentiram o impacto do incremento no preço do combustível em 2023, também constatado na edição anterior. Outras despesas com acréscimos relevantes foram: mão de obra, equipamentos e transporte rodoviário, todos com aumento considerado médio ou alto por mais de 60% dos operadores. No geral, 75% não repassaram a elevação dos custos para o valor do serviço.

“Não é de hoje que os OLs driblam a alta do combustível, que sempre representa uma parcela significativa dos seus custos operacionais, e vêm buscando alternativas para evitar grandes prejuízos. Quando se trata de investimentos, a constante evolução tecnológica tem impacto direto, uma vez que os operadores precisam acompanhar as tendências, aumentando a produtividade e mantendo a competitividade”, ressalta Marcella.

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