Até o momento, são 101 trechos com bloqueios totais e parciais em 52 rodovias, incluindo estradas, pontes e balsas. Foto: DNIT/Divulgação
Região Sul
Renan Filho vistoria obras de recuperação em rodovias do Rio Grande do Sul
Até o momento, são 101 trechos com bloqueios totais e parciais em 52 rodovias
Nesta terça-feira, 14, o ministro dos Transportes, Renan Filho, iniciou a inspeção das estradas e obras de recuperação das rodovias afetadas pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul. Até o momento, são 101 trechos com bloqueios totais e parciais em 52 rodovias, incluindo estradas, pontes e balsas, devido aos danos e alterações causados pelos fenômenos climáticos extremos na infraestrutura gaúcha.
O número de mortos por conta dos fortes fenômenos climáticos no estado chegou a 148. De acordo com o último boletim da Defesa Civil, são 538 mil desalojados, 124 desaparecidos e 806 feridos. Ao todo, 2,1 milhões de pessoas e 450 municípios foram afetados.
Os primeiros pontos a serem vistoriados pelo chefe da pasta dos Transportes são os trabalhos realizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) na BR-470/RS e BR-116/RS. Trechos dessas vias sofreram danos significativos devido às chuvas intensas ocorridas durante o final de semana, resultando em quedas de barreira em áreas das estradas e rompimentos de segmentos.
“Vamos aproveitar para visitar a ponte sobre o Rio Caí, que sofreu um impacto em um de seus pilares e teve um deles derrubado, precisando ser interditada. Essa será uma das frentes de reconstrução do Ministério”, disse Renan Filho.
O bloqueio na ponte foi executado devido à nova cheia do Rio Caí, que está seis metros acima do nível normal. A Defesa Civil do Rio Grande do Sul também confirmou o repique do nível do Rio Guaíba, com elevação de mais de 5 metros.
Na semana passada, o governo anunciou que o estado receberá mais de R$1 bilhão para a recuperação de rodovias federais. Nos próximos dias, a agenda do ministro dos Transportes inclui vistorias às obras na Região Metropolitana de Porto Alegre e em outras rodovias.
“Com a subida do Rio Guaíba, perdemos alguma mobilidade na Região Metropolitana. Em Eldorado do Sul, as águas voltaram a subir, elevando também o nível do Rio dos Sinos. Esperamos retomar os trabalhos assim que as águas baixarem para ampliar a mobilidade no Rio Grande do Sul. Amanhã, iremos à região central do estado, na BR 153/RS, para visitar as obras da cabeceira da Ponte do Fandango, que foi praticamente inundada”, detalhou Renan Filho.
As precipitações intensas e enchentes causaram danos significativos à infraestrutura do Rio Grande do Sul. A Fraport Brasil, administradora do Aeroporto Internacional Salgado Filho, informa que as operações no Porto Alegre Airport estão suspensas por tempo indeterminado. Os terminais administrados pelo governo do estado e pela CCR Aeroportos operam normalmente.
Há 267 mil pontos sem energia elétrica e quase 160 mil pessoas sem abastecimento de água.
O Porto de Porto Alegre mantém suspensas as operações devido à manutenção do nível do Lago Guaíba. O Porto de Pelotas suspendeu o embarque de toras de madeira e suas atividades estão paralisadas. Já o Porto do Rio Grande segue operando normalmente.
Suspensão da dívida
O governador do estado, Eduardo Leite, comemorou a decisão do governo federal de suspender o pagamento da dívida do Rio Grande do Sul com a União por um período de 3 anos. Os juros que corrigem a dívida anualmente, em torno de 4%, também serão perdoados pelo mesmo período.
“Passo a passo, nesse esforço conjunto com o governo federal, vamos saber direcionar as ações necessárias para essa reconstrução”, afirmou Leite.
A dívida do estado com a União está em cerca de R$100 bilhões atualmente, e com a suspensão das parcelas, o Rio Grande do Sul contará com R$11 bilhões a serem utilizados em ações de reconstrução.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou em suas redes sociais que ainda nesta semana fará a análise do projeto de lei complementar do governo federal que suspende o pagamento da dívida.
O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acredita que a reconstrução do estado é uma questão para ser vista a médio e longo prazo. “É um compromisso nosso deixar o Rio Grande do Sul como era antes da chuva.”