Repsol vai investir R$ 3,6 bilhões na expansão do seu complexo industrial em Sines

Projeto da companhia prevê a construção de duas novas fábricas de plástico

A Repsol Polímeros planeja investir 657 milhões de euros (pouco mais de R$ 3,59 bilhões) na expansão de seu complexo industrial no Porto de Sines, em Portugal. Segundo a companhia, este é o maior investimento industrial realizado em Portugal nos últimos 10 anos.

Atualmente, a Repsol ocupa 143 hectares do complexo portuário, que devem ser somados a 38 hectares neste novo projeto, chamado Alba, que prevê a construção de duas novas fábricas de polietileno linear e de polipropileno (plástico), com capacidade de produção de 600.000 toneladas por ano.

Este é o “maior investimento industrial realizado em Portugal nos últimos 10 anos”, ressalta a empresa, explicando que a proposta foi considerada de Potencial Interesse Nacional (PIN), ou seja, por ser relevante à economia nacional, pode obter vantagens, como mais agilidade em procedimentos burocráticos.

Outro benefício, já concedido pelo governo português, foram incentivos fiscais de até 63 milhões de euros, afirma a Repsol em comunicado à imprensa.

“O novo projeto de investimento foi concebido para acompanhar os objetivos da Repsol de ser uma empresa de emissões líquidas zero até 2050 e está alinhado com a estratégia do Acordo de Paris”, diz a empresa.

Em relação aos empregos, a fase de construção das novas fábricas deve mobilizar 550 trabalhadores, superando os mil trabalhadores em momentos de pico.

A notícia repercutiu na imprensa mundial. A revista norte-americana Plastics Today publicou que “a gigante petroquímica portuguesa Repsol” vai realizar o “maior investimento industrial em Portugal na última década, com as fábricas programadas para entrar em operação em 2025”.

Já o site espanhol The Corner destacou que, depois de iniciar a operação, a Repsol vai gerar 75 empregos diretos e cerca de 300 indiretos.

“A expansão do Complexo Industrial ilustra o compromisso da Repsol com Sines e em liderar a transição energética, promovendo a economia circular. O projeto faz parte da transformação industrial da companhia. Estamos a transformar os nossos complexos industriais em centros multienergéticos, de forma a revolucionar o setor industrial e criar emprego de qualidade”, declarou Salvador Ruiz, Diretor-geral da Repsol Polímeros.

Parecer ambiental favorável

A Agência do Ambiente de Portugal concedeu, em março, o parecer favorável à expansão da Repsol em Sines. A emissão da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) para expansão da área foi muito esperada pela companhia, que considerou “um dos marcos mais esperados”, uma vez que “permite avançar para uma nova etapa do projeto de expansão”, realçou o diretor do projeto Alba, Juan Lorenzo Boix Arenas.

“Estamos a dar mais um passo rumo à descarbonização da Repsol e consequentemente da economia portuguesa”, declarou Juan, afirmando que a proposta possibilitará aumentar as exportações e diminuir as importações da companhia.

Quando concluído, o projeto Alba vai permitir “o fornecimento de proximidade de polímeros de alto valor acrescentado a um amplo leque de clusters nacionais exportadores, desde os componentes automóveis aos dispositivos médicos, passando pelos produtos alimentares”, frisou.

No comunicado, o diretor do projeto realçou ainda a “colaboração das autoridades nacionais e locais” que “tem sido fundamental” no processo de licenciamento e indicou que as obras de expansão devem começar “em breve”.

As duas fábricas vão utilizar as tecnologias Univation Unipol PE e Spherizone, da LyondellBasell Industries, que permitem transformar o etileno em polietileno de alta densidade (usado em tubagens, embalagens de plástico para higiene ou produtos alimentares ou películas) ou em polietileno de baixa densidade (usado em espumas e cabos elétricos).

Com este aproveitamento, a Repsol Polímeros espera aumentar a sua produção para até 850 mil toneladas por ano, sendo que 310 mil deverão ser exportadas através do Porto de Sines; 220.000 toneladas para Espanha; 220.000 toneladas para o restante da Europa e 100.000 toneladas deverão ser utilizadas em Portugal.