Rio Negro volta a subir após registrar seca histórica, mas nível ainda é crítico (Foto: Divulgação Governo Federal)
Região Norte
Rio Negro volta a subir após registrar seca histórica; nível ainda é crítico
Na região Norte, Rio Amazonas também sofre com redução no nível das águas
O Rio Negro, em Manaus (AM), apresentou um leve aumento no nível das águas nos últimos dois dias, após quatro dias estabilizado em 12,11 metros, o que representa a pior seca histórica registrada na região. Segundo informações do Porto de Manaus, o rio atingiu a marca de 12,13 metros nesta sexta-feira (18).
Desde o início da vazante, o Rio Negro registrou uma queda de 14,74 metros. No último dia 9, o nível de 12,11 metros marcou o ponto mais crítico da estiagem, que forçou a capital amazonense a decretar situação de emergência no dia 11 de setembro.
Tráfego no Rio Amazonas comprometido
Enquanto o Rio Negro enfrenta a seca, o Rio Amazonas também sofre com a redução do nível das águas, o que afeta diretamente o tráfego de navios de carga. Empresas que operam na região estimam que o fechamento para embarcações maiores deve se prolongar até o fim deste ano. O “plano B” – que consiste na utilização de dois terminais flutuantes instalados em setembro na área mais crítica – está em operação. Esses terminais permitem que as cargas sejam transferidas para balsas, adequadas para operar em menores profundidades. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
O outra alternativa utilizada pelas empresas de transporte é o desvio das cargas para o porto de Vila do Conde, no Pará, o que, segundo Luís Resano, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), adiciona cerca de dez dias ao trajeto. Resano acredita que a situação permanecerá crítica até dezembro, enquanto Augusto Rocha, diretor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), projeta que a interrupção pode se estender até janeiro, como aconteceu no ano anterior.
Estiagem atual supera a de 2023
A seca que afeta o Rio Amazonas em 2024 é considerada ainda mais grave que a de 2023. Dados do Serviço Geológico do Brasil revelam que o Rio Negro, na estação do Porto de Manaus, registrou os níveis mais baixos desde o início das medições, em 1902. Em Itacoatiara, uma das áreas mais impactadas, a profundidade do Rio Amazonas também está abaixo do observado no ano passado.
Apesar da gravidade da seca, há otimismo em relação às chuvas. As precipitações começaram mais cedo este ano, com registros já em outubro, diferente de 2023, quando as chuvas só começaram em novembro. Nos últimos 30 dias, as chuvas no Norte do Amazonas superaram os volumes acumulados nos últimos dez anos.