Santos: MRS, Rumo e FCA são aprovadas em processo de cessão da Fips

Segundo a SPA, trata-se de um contrato associativo em que as habilitadas compartilharão operações e custos da Ferrovia Interna do Porto

Três empresas foram habilitadas no processo de cessão da Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips) pela Santos Port Authority (SPA). São elas a Ferrovia Centro Atlântica SA (FCA), MRS Logística SA e a Rumo SA. 

As companhias ferroviárias foram aprovadas no âmbito do Chamamento Público Constitutivo nº 02/2022, pois “preencheram integralmente as condições e requisitos dispostos nos itens 6, 7 e 8 do edital”, segundo a Autoridade Portuária. 

A Fips será constituída sob a modalidade inédita de associação entre todos os operadores ferroviários interessados e aprovados pela SPA, que terão que cumprir as regras determinadas pela companhia, compartilhando gestão, operação e os custos de manutenção e expansão da malha ferroviária do Porto de Santos. O contrato de cessão é de 35 anos e os investimentos previstos pela SPA são da ordem de R$ 891 milhões.

Procurada, a MRS Logística informou que “a Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips) é um ativo importante, pois conecta a malha ferroviária ​concedida à MRS ao Porto de Santos. ​O Plano de Investimentos Mínimos prevê uma série de investimentos para ampliação da capacidade e aumento da produtividade, em linha com a estratégia prevista pela empresa de ampliação do volume transportado de carga geral, que será duplicado na malha da MRS até 2056, conforme pactuado no aditivo ao contrato de concessão, junto ao poder concedente.

A Rumo confirmou, em nota, que foi habilitada a participar do processo de cessão da Fips pela Autoridade Portuária de Santos. “A companhia fez um comunicado ao mercado, no dia 30 de setembro, informando que iria participar do edital”, comunicou. 

Já a VLI, controladora da FCA, informou que se pronunciará sobre o assunto após o término desta fase de habilitação de associados investidores.  

R$ 891 milhões

A Fips demandará investimentos estimados em R$ 891 milhões a serem feitos nos primeiros cinco anos, com o objetivo de expandir a capacidade de carga transportada pelas ferrovias que acessam o Porto de Santos — MRS, Rumo e VLI. Atualmente, a capacidade ferroviária anual no complexo portuário está limitada a 50 milhões de toneladas, a projeção é que alcance 115 milhões de toneladas nos próximos cinco a 10 anos.   

Conforme o projeto, os investimentos permitirão separar os cruzamentos rodoferroviários e garantirão fluidez ao escoamento por trens, ampliando a eficiência da operação. “Um dos principais é a construção da ‘pera’ ferroviária na região de Outeirinhos. O ‘carrossel’ de trilhos será o primeiro da margem direita do porto e permitirá que os trens que transportam os grãos para os terminais de exportação retornem para capturar granéis sólidos de descarga no cluster de fertilizantes. Hoje, a operação de frete de retorno é ruim porque, sem a pera, os trens têm de fazer manobras que demoram horas e drenam eficiência do sistema, tornando-o anticompetitivo”, informou a SPA.