Scania anuncia investimento de R$ 2 bilhões

Empresa concentra esforços no desenvolvimento de motores elétricos e movidos a biodiesel e biometano

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, visitou na sexta-feira (21) as instalações da montadora Scania em São Bernardo do Campo, São Paulo. Ele ressaltou a relevância do investimento de R$ 2 bilhões que a empresa sueca planeja realizar no Brasil até 2028.

“Essa é a primeira fabricante de caminhões e ônibus a juntar-se ao movimento de novos investimentos anunciados nos últimos meses por montadoras no Brasil, que já somam mais de R$ 130 bilhões. A motivação vem do Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) que será sancionado pelo presidente Lula no próximo dia 2 de julho”, afirmou.

O presidente da Scania para a América Latina, Christopher Podgorski, destacou que a presença de Alckmin representa o esforço conjunto entre governo e indústria para fomentar o desenvolvimento econômico e social no país. “Tenho a certeza que, juntos, estamos construindo um futuro descarbonizado. A orientação das políticas públicas tem papel fundamental para deixarmos um futuro melhor para as próximas gerações”, declarou.

A Scania, que opera no Brasil desde 1957 e já produziu mais de 500 mil caminhões, destinará os recursos anunciados para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. Os investimentos serão concentrados na produção de motores elétricos, além de motores movidos a biodiesel e biometano, alinhados com o programa Mover. “Aqui está o exemplo de Nova Indústria Brasil”, disse Alckmin, referindo-se à iniciativa do Governo Federal.

A partir de março de 2025, a planta da Scania em São Bernardo começará a produzir chassis para ônibus elétricos, tornando-se a terceira fábrica da montadora no mundo a fabricar veículos elétricos.

“A Scania está na vanguarda da inovação tecnológica, da indústria verde, da descarbonização. Hoje ela produz 115 caminhões pesados e ônibus por dia, e isso significa empregos e renda para a população”, complementou Alckmin.

Juros

Em relação à manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano, o vice-presidente expressou otimismo de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve reduzir a taxa nas próximas reuniões, uma vez que o impacto das taxas de juros dos Estados Unidos tende a diminuir. Alckmin também prevê uma ligeira queda na cotação do dólar. “Os juros estão exagerados em 10,5% ao ano. Temos uma inflação de 3,5% e estamos falando de juros de 7% reais. Isso é muito”.

O vice-presidente enfatizou que o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal, juntamente com a reforma tributária e a desoneração de investimentos e exportações, contribuirá para a redução das taxas de juros. Alckmin citou um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que prevê um crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) de 12% ao longo de 15 anos com a reforma tributária aprovada, além de um aumento de 14% nos investimentos e 17% nas exportações.

“A reforma tributária traz eficiência econômica e a indústria hoje está super tributada”, declarou.