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No Canal do Panamá, a água da chuva é a fonte de energia responsável por mover os navios pelas eclusas, daí a preocupação com a secaCrédito: Divulgação

Internacional

Seca restringe trânsito de navios no Canal do Panamá

Atualizado em: 2 de maio de 2023 às 9:49
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Condição também ameaça abastecimento de água do país

A falta de chuvas obrigou o Canal do Panamá a reduzir novamente o tráfego marítimo neste ano, informou a ACP (Autoridade do Canal do Panamá).

A crise de abastecimento de água na região é constante e ameaça o futuro de uma das principais rotas marítimas do mundo, pela qual passam 6% do comércio global, principalmente mercadorias dos EUA, China e Japão.

Nesta temporada de seca, que vai de janeiro a maio, é a quinta vez que a Autoridade Portuária limita a passagem de navios maiores.

Alhajuela e Gatún são os dois lagos artificiais na província caribenha de Colón que fornecem água para o canal —ambos foram afetados pela seca. Foi essa situação que levou a ACP a limitar mais uma vez a profundidade das maiores embarcações que transitam pela via.

No Canal do Panamá, a água da chuva é a fonte de energia responsável por mover os navios pelas eclusas. Esses equipamentos funcionam como elevadores que elevam as embarcações até 26 metros acima do nível do mar para que possam atravessar a cordilheira continental.

Mas, para o trânsito de embarcações acontecer, é preciso cerca de 200 milhões de litros de água doce despejados no mar, o que torna os lagos Alhajuela e Gatún vitais. Mas, segundo a ACP, de 21 de março a 21 de abril deste ano, os níveis de água no Alhajuela caíram de 69 para 62 metros, enquanto no Gatún baixaram de 25,6 para 25,2 metros.

Embora a crise tenha se acentuado, não se compara a 2019, quando todos os alarmes soaram: dos 5,25 bilhões de metros cúbicos de água doce necessários para a via, apenas cerca de 3 bilhões estavam disponíveis.

“A falta de chuvas afeta diversas frentes, principalmente a redução de nossas reservas de água”, declarou à agência de notícias AFP Erick Córdoba, gerente de Água da ACP.

A crise também impacta as operações porque reduz a passagem dos navios Neopanamax — os maiores que transitam pelo canal e os que mais pagam pedágio.

O cenário tem chamado a atenção das autoridades, que temem que a incerteza possa levar as companhias de navegação a favorecer outras rotas.

Em 2022, mais de 14 mil embarcações com 518 milhões de toneladas de carga passaram pela hidrovia, contribuindo com US$ 2,5 bilhões para o tesouro panamenho.

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