Setor debate oportunidades de novos projetos ferroviários no Centro-Oeste

Representantes de empresas expuseram planos de expansão durante painel técnico do fórum regional

O perfil dos novos empreendimentos na infraestrutura ferroviária e os projetos de expansão das principais empresas logísticas do país foram temas em destaque durante o segundo dia do Centro-Oeste Export, fórum regional de Logística, Infraestrutura e Transportes, realizado em Goiânia (GO) nos dias 16 e 17 de maio.

O moderador do debate e diretor-geral da Rede BE News, Leopoldo Figueiredo, iniciou a discussão destacando a importância de garantir que a carga e o comércio exterior circulem de maneira competitiva em termos de custo, visando promover o sucesso do mercado brasileiro.

Davi Barreto, diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), enfatizou dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), os quais indicam que a previsão de investimentos nas ferrovias em 2024 está na casa dos R$ 14 bilhões, possivelmente o maior montante da série histórica do modal de transporte. Barreto ressaltou que atualmente, 98% dos recursos são provenientes do setor privado.

“Considero mais urgente a conclusão das obras que já foram iniciadas. Quando menciono aqui no Centro-Oeste, refiro-me à construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), acabar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, os projetos da Rumo Malha Norte e, sobretudo, a continuidade das prorrogações antecipadas para outros empreendimentos importantes”, detalhou Barreto.

Edson Souki, presidente da Granel Química, revelou que a empresa está em processo de construção de um terminal para armazenagem de líquidos em Santa Helena de Goiás (GO), em resposta à alta demanda por combustíveis no Centro-Oeste, impulsionada pelo agronegócio. “Estamos lidando com números comparáveis à movimentação de líquidos no Porto de Santos”, afirmou Souki.

O terminal será localizado próximo à ferrovia Norte-Sul, e estima-se que o empreendimento seja concluído até o final de 2025, com investimentos aproximados de R$ 170 milhões. A expectativa é de que sejam comercializadas anualmente cerca de um milhão de toneladas de produtos a granel, incluindo biocombustíveis, combustíveis, químicos industriais, óleos vegetais, gordura animal, entre outros. Além disso, o local terá espaço para expansões, com a ideia de integrar plataformas para carga e descarga nos modais ferroviário e rodoviário.

O head de relações institucionais e governamentais da VLI Logística, Fernando Künsch, expressou grandes expectativas em relação à renovação da malha da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) para impulsionar o desenvolvimento da região Centro-Oeste. A assinatura da portaria foi adiada pelo Ministério dos Transportes devido às fortes chuvas no Rio Grande do Sul.

Segundo Künsch, a previsão é que a assinatura ocorra ainda neste primeiro semestre, e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) agende uma audiência pública para que a sociedade e os governos locais possam se manifestar antes de encaminhar o processo ao Tribunal de Contas da União (TCU).

“A renovação permitirá investimentos importantes e necessários para que uma ferrovia centenária, repleta de problemas de geometria, espaço e operações, possa crescer em vários segmentos, incluindo produtos industriais, minerais, grãos e líquidos”, disse Künsch.

Mayhara Chaves, gerente-executiva de regulação da Rumo Logística, apresentou o projeto da primeira ferrovia estadual do Brasil, localizada no município de Lucas do Rio Verde (MT). Segundo Chaves, a nova integração é fruto da renovação da malha paulista e permitirá que as cargas da região tenham um fluxo de escoamento mais contínuo até o Porto de Santos.

“A Rumo acredita muito no potencial do Centro-Oeste, no grandiosismo e protagonismo que a região está gerando para o nosso país”, declarou Mayhara.

O evento foi uma iniciativa e realização do Grupo Brasil Export, com apoio do Ministério de Portos e Aeroportos, produção da Bossa Marketing e Eventos e a mídia oficial da Rede BE News.