Durante o seminário ficou determinado que o plano vai estudar a equidade no acesso ao transporte, levando em consideração fatores sócio-econômicos, logísticos e ambientaisCrédito: Reprodução/Semil
Região Sudeste
SP apresenta novo plano de logísticas com foco para matriz ferroviária e hidroviária
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Logística e Infraestrutura, plano será concluído em 2025
A Secretaria de Meio Ambiente, Logística e Infraestrutura (Semil) de São Paulo apresentou ontem novas diretrizes para o chamado Plano de Logística e Investimentos do Estado. Entre as propostas apresentadas, o projeto visa a otimização da matriz modal, com foco para maior participação de ferrovias e hidrovias. De acordo com a pasta, o plano será concluído em 2025.
A apresentação do seminário ficou sob responsabilidade de André Nozawa Brito, coordenador de Planejamento da Subsecretaria de Logística e Transportes do Estado.
Em pouco mais de 40 minutos, ficou determinado que o plano vai estudar a equidade no acesso ao transporte, a partir da redução das desigualdades regionais e a melhoria do bem-estar da população por meio da redução de emissões, tempos de viagem, custos logísticos e de acidentes.
A secretária de Meio Ambiente, Logística e Infraestrutura (Semil), Natália Resende, afirmou que melhorar o modal ferroviário é tratado como um desafio para o Governo Estadual.
“Há muita luta, há anos, para a gente conseguir fazer ferrovia, para conseguirmos melhorar o modal ferroviário no Brasil. Vamos fazer isso aqui no Estado de São Paulo, sabendo dos desafios que temos, de precisar colaborar com o Governo Federal e fazer essa articulação. Haja vista a nossa malha, que é federal. Vamos buscar onde nós conseguimos, por exemplo, fazer shortlines, procurar onde temos oferta e demanda, como que a gente consegue pular dos nossos 20 mil km operando. O Brasil tem que melhorar na parte de ferrovias e o estado de São Paulo vai ajudar nesse sentido”, comentou.
Entre os números que chamaram a atenção durante a apresentação do seminário, um deles diz respeito à diferença de participação de cada modo de transporte na matriz paulista. Os dados mais recentes mostraram a maior concentração no modal rodoviário, com 79,6% e 12,6% em ferrovias, enquanto que as hidrovias ficaram abaixo de 1%; com 0,31%.
“O investimento na melhoria da navegabilidade da hidrovia Tietê-Paraná é um exemplo de ação estruturante em andamento e, com a participação de todos, queremos chegar a um resultado dinâmico e consistente, com outras medidas de curto, médio e longo prazo”, analisou Natália Resende, fazendo menção à retomada das obras para ampliação de profundidade do canal de Nova Avanhadava, anunciado no mês passado.
Entre os temas a serem estudados dentro do planejamento estão a priorização de investimentos sob a ótica do benefício social para as rodovias; acessibilidade aos portos de Santos e São Sebastião, bem como uma maior participação do terminal portuário do Litoral Norte; e melhorias de acessibilidade terrestres para os aeroportos do Estado.
Big Data
O novo plano também levará em consideração a estimativa de viagens rodoviárias no Estado, com 3 bilhões de deslocamentos registrados em 12 meses, pelo projeto Big Data, a partir de uma base de rastreamento de 24 milhões de usuários.
O levantamento mostra, a partir da utilização de mapas, onde se concentram os deslocamentos com diferentes categorias de veículos e de cargas, o que facilita a análise de gargalos e da desigualdade regional.
“A logística olha muito a estrutura de redes, nós, gargalos, ofertas e demandas. Precisamos otimizar a nossa matriz, que sabemos ser desbalanceada. Este é um plano de Estado, que será construído com diálogo, uma característica deste governo”, afirmou a secretária.
Ligação seca
Na parte final da apresentação, a secretaria foi questionada sobre o andamento do processo que envolve a ligação seca entre as duas margens do Porto de Santos, entre os municípios de Santos e Guarujá.
“Estamos sempre buscando uma solução harmoniosa, porque queremos que seja feito. Da nossa parte, já fizemos e estamos fazendo. Qualificamos a atualização dos estudos. Inclusive foi um dos nossos primeiros projetos discutidos. Muito bem feito o projeto, análise multicritério. Estamos olhando a questão ambiental junto à Cetesb. O Governo Federal tem a questão da poligonal, mas estamos em diálogo contínuo”, analisou.
André Isper, secretário-executivo de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo, afirmou que os estudos jurídicos indicam que o empreendimento seria construído a partir de uma PPP (Parceria Público-Privada).