SP entrará com aporte para construção de túnel Santos-Guarujá, diz Tarcísio

Governo do Estado anunciou que edital da obra deve ser lançado em 2024

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o Governo Estadual entrará com aporte financeiro para a construção do túnel submerso que vai ligar os municípios de Santos e Guarujá. A Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) afirmou que a licença ambiental prévia do projeto do empreendimento já foi aprovada. A previsão é que o edital seja lançado no ano que vem.

A declaração do governador foi dada em Nova York, nos Estados Unidos, onde uma comitiva do Governo do Estado realizou uma missão com grupos internacionais privados para ampliar o volume de investimentos em todas as regiões do Estado.

Em um vídeo publicado junto ao deputado federal e presidente da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), Tarcísio reforçou o compromisso do Estado de viabilizar a ligação seca entre as duas cidades.

“Vamos trabalhar pelo desenvolvimento e pela mobilidade, com a ligação seca entre Santos e Guarujá. O projeto (do túnel) é tranquilo, tecnicamente falando. Do ponto de vista financeiro, o Governo do Estado está entrando com aquilo que faltava e eu tenho certeza de que a gente vai fazer esse projeto virar realidade”, declarou o governador, em publicação nas redes sociais do parlamentar.

Conforme já anunciado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), o projeto do túnel submerso entre Santos e Guarujá foi um dos empreendimentos qualificados no âmbito do Programa de Parcerias em Investimentos (PPI) do Estado. A iniciativa prevê investimentos de cerca de R$ 4,6 bilhões para construção, operação e prestação de serviços de manutenção.

De acordo com a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), o projeto executivo foi validado por duas consultorias internacionais especializadas na elaboração de projetos de alta complexidade de engenharia.

“Atualmente, o Governo de São Paulo está em negociação junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para contratação dos estudos de viabilidade do empreendimento. Com sinal positivo, as obras poderão ser antecipadas por conta da certificação”, afirmou a SPI, em nota.

Missão Nova York

Desde quarta-feira (10) a delegação do Governo de São Paulo está nos EUA. No primeiro dia, houve participação no evento LaTam CEO Conference do Itaú BBA. Nos compromissos de quinta-feira (11), Tarcísio iniciou o dia em reunião com executivos do grupo financeiro Blackrock e, na sequência, apresentou a carteira paulista de projetos no evento GRI Latam Infra & Energy 2023, que reuniu líderes globais dos setores de infraestrutura e energia.

A missão do governo paulista em Nova York se encerrou nesta sexta (12), com a visita da delegação estadual ao Hudson Yards, um empreendimento imobiliário de grande escala que reuniu o setor público e investidores privados em uma significativa transformação de espaços urbanos degradados na metrópole norte-americana.

Governo Federal

A Autoridade Portuária de Santos (APS) definiu no final do mês passado uma comissão formada por representantes das prefeituras de Santos e de Guarujá, onde ficará definido o projeto do túnel que será de fato executado.

O ministro de Portos e Aeroportos Márcio França já declarou que a obra do túnel é uma das prioridades da atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). França já afirmou que a obra tem condições de ser custeada pelo Governo Federal, sem a aplicação de capital privado para a sua execução.

Mais recentemente, durante visita ao Porto do Rio de Janeiro, o ministro afirmou que a concorrência do projeto do túnel viabilizado pela APS deverá ser publicada até o começo de 2024.

“A história de privatizar (o Porto de Santos) tinha a cereja do bolo, que era a ideia do túnel Santos-Guarujá através dessa concessão. Quem ganhasse faria o túnel em sete anos. No nosso formato, vamos colocar publicada a concorrência do túnel este ano ou no começo do ano que vem, sem precisar vender o porto, e com recursos do porto. Era inocente a ideia de vender os portos. A obra será pública e, depois de pronta, será concedida para alguém administrar”, disse Márcio França à época.