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Terminal de Granéis Sólidos de Suape quer atrair cargas de Matopiba . (crédito: Divulgação Suape)

Região Nordeste

Suape planeja exportar grãos de Matopiba

20 de junho de 2022 às 7:00
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Região engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e é conhecida por sua produção agrícola. Atualmente, seus carregamentos saem por Aratu (BA) e Itaqui (MA)

O consórcio SUA Granéis, formado pelas empresas Agemar, Loxus e Marlog, planeja escoar pelo Porto de Suape (PE) a carga de grãos de Matopiba, região que engloba os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e responsável por 10% de toda a produção de grãos e fibras do País, em destaque a soja, o milho e o algodão. 

O consórcio arrematou o Terminal de Granéis Sólidos do Porto de Suape em leilão realizado na Bolsa de Valores, em São Paulo, em março deste ano. Ainda não começou a operar devido aos trâmites burocráticos e o contrato com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) deve ser assinado em outubro.

Enquanto aguardam o início das operações, representantes do SUA Granéis estudam, junto a especialistas, a capacidade de ampliação das movimentações realizadas pelo terminal, de olho na previsão de crescimento da safra atual da região. 

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que a safra de grãos do Nordeste deve crescer 17% em 2022, e a colheita pode chegar ao recorde de 28 milhões de toneladas. A soja, principal produto da safra do Nordeste, representa mais da metade da colheita, com mais de 14 milhões de toneladas.

“Sete dos nove estados da região devem puxar este crescimento e três deles, Maranhão, Piauí e Bahia, os quais integram o Matopiba, devem colher algo próximo de 26 milhões de toneladas, pouco mais de 90% do total”, explicou Manoel Ferreira, diretor da Agemar. 

Atualmente, os grãos produzidos pela região de Matopiba são escoados pelos portos de Aratu (BA) e Itaqui (MA). A intenção, segundo Manoel, é estudar a possibilidade de tornar o terminal do Porto de Suape competitivo para receber as cargas que partem desses complexos. 

“Temos que ouvir vários representantes da cadeia logística. Como ainda não temos uma ferrovia, o que vai definir nosso diferencial é um conjunto de fatores: transporte rodoviário, equipamento eficiente para dar velocidade à operação e menor espera dos navios”, disse Manoel Ferreira.

Além da produção de grãos do Matopiba, a SUA Granéis foca na operação de cargas como coque de petróleo, açúcar, barrilha, fertilizantes, carga geral e neogranéis.

O investimento previsto para Suape é de R$ 60 milhões, aplicados na aquisição de sistemas de recepção rodoviária, equipamentos de transportador de correias e na expansão de área de armazenagem. 

O contrato de exploração é de 25 anos. A expectativa é que as novas movimentações gerem cerca de 12 mil empregos diretos e indiretos.

Palestra

Na última sexta-feira (17), o SUA Granéis promoveu, em parceria com o Porto de Suape, um evento que reuniu empresários, executivos e técnicos dos segmentos de portos e logística. O objetivo do encontro, realizado no Centro Administrativo do Complexo, foi discutir e analisar as possibilidades de Suape passar a escoar parte da carga de grãos produzida pela região de Matopiba. 

A palestra foi realizada pelo diretor executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira. Além de consultor da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Edeon é um dos maiores especialistas em logística e produção de grãos do Brasil e presidente do conselho do Centro-Oeste Export, evento regional do Brasil Export – Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária.

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