Os senadores conheceram a estratégia de Pernambuco para atrair negócios e se tornar um polo produtor de pesquisa, desenvolvimento e inovação com foco no hidrogênio verdeCrédito: Divulgação/Suape
Região Nordeste
Suape recebe primeira visita oficial da comissão do Senado que debate H2V
Comissão tem prazo de dois anos para debater políticas públicas sobre o hidrogênio verde
O Porto de Suape (PE) foi escolhido pela Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde (H2V) do Senado para a primeira visita externa do colegiado, realizada na última sexta-feira (19).
A comissão tem um prazo de dois anos para debater políticas públicas sobre o hidrogênio verde, com o objetivo de fomentar o ganho em escala de geração de energia limpa e incentivos para a produção do combustível do futuro.
O plano de trabalho do colegiado inclui visitas para conhecer as iniciativas já em andamento no país, a fim de obter subsídios que embasem a elaboração de políticas públicas que fomentem a tecnologia de geração de energia limpa.
No encontro em Suape, os senadores conheceram a estratégia de Pernambuco para atrair negócios e se tornar um polo produtor de pesquisa, desenvolvimento e inovação com foco no hidrogênio verde.
“Estudos realizados por empresas de pesquisa internacionais, como a BloombegNEF, indicam que o Brasil tem condições de se tornar um dos principais produtores e exportadores mundiais de hidrogênio verde e o Complexo de Suape oferece localização estratégica e as condições necessárias se transformar um dos principais polos de produção de H2V do país”, pontuou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti.
O secretário fez uma apresentação para os senadores Cid Gomes, presidente da comissão, e Fernando Dueire, que integram o colegiado. Cavalcanti destacou a infraestrutura do complexo e como a produção de H2V dialoga com a tradição de geração de energia limpa de Pernambuco, representada pelo etanol e usinas de biomassa do setor sucroenergético, além da instalação recente de projetos de energia solar e eólica no Estado.
“Além de conhecer o que está sendo desenvolvido em Pernambuco, queremos nos colocar à disposição para contribuir nesse trabalho. O Brasil precisa amadurecer uma legislação, uma regulação, que possa dar segurança à iniciativa privada para que possam ocorrer investimentos na área de pesquisa e produção do hidrogênio verde”, comentou o senador Cid Gomes, que preside a comissão.
O senador por Pernambuco Fernando Dueire explicou que o trabalho da comissão é propor um conjunto de políticas públicas que possam balizar a produção de hidrogênio verde no Brasil, fortalecendo as bases tecnológicas na busca de diminuição de custos, aumento da eficiência, formação de capital humano, planejamento energético, regulação e cooperação internacional.
Além de Cid e Fernando, completam a comissão como membros titulares os senadores Otto Alencar; Astronauta Marcos Pontes; Luís Carlos Heinze; Randolfe Rodrigues e Rodrigo Cunha. Como suplentes estão os senadores Ciro Nogueira; Eduardo Girão e Eliziane Gama.
TecHub Suape
Um dos projetos apresentados ao colegiado foi o TecHub H2V, iniciativa liderada pela CTG Brasil, uma das principais empresas de geração de energia limpa no país, em parceria com o Departamento Nacional do Senai, Senai Pernambuco e o Governo do Estado. O empreendimento deve contribuir no processo de descarbonização do complexo, por meio do projeto Carbono Zero.
Idealizado em julho de 2022, o TecHub é uma plataforma de pesquisa, desenvolvimento e inovação, com foco no H2V. O empreendimento será voltado para a implementação, em Suape, de projetos inovadores nas áreas de produção, transporte, armazenamento e gestão de hidrogênio verde, num investimento de até R$ 45 milhões.
As propostas foram selecionadas por meio de chamada pública promovida pelo Senai e pela CTG Brasil.
Para o presidente de Suape, Marcio Guiot, o espaço será um ambiente voltado para novos modelos de negócio na transição energética.
“Nosso objetivo é que seja um local preparado para receber novas tecnologias voltadas para o mercado da descarbonização”, detalhou o executivo.
O empreendimento ocupará uma área de 1,38 hectares, a apenas 1 quilômetro do edifício-sede de Suape. A estrutura contemplará usinas solares, três usinas de hidrogênio verde, conjunto de contêineres para o desenvolvimento de projetos, estações de abastecimentos de H2V, além de outros equipamentos que transformarão o porto pernambucano em um laboratório vivo em escala real, com a infraestrutura necessária para o desenvolvimento, testagem e experimentação de soluções na cadeira do hidrogênio de baixo carbono.
As obras vão ser iniciadas este ano e a operação da planta está prevista para 2024.