Participaram do ato o presidente de Suape, Márcio Guiot; do vice-reitor da UPE; o diretor do Iaupe, e o presidente da Associação dos Remanescentes Quilombolas da Ilha de Mercês (Foto: Divulgação/Suape)
Região Nordeste
Suape sela acordo para realocação de comunidade quilombola
Iniciativa tomada em conjunto com a UPE prevê que a transferência dos remanescentes do Quilombo Ilha das Mercês seja feita de forma sustentável
O Complexo Industrial Portuário de Suape e a Universidade de Pernambuco (UPE) assinaram contrato para execução da iniciativa Raízes em Movimento, um projeto de realocação e preservação cultural dos remanescentes do Quilombo Ilha de Mercês.
O objetivo é permitir que a realocação seja realizada de maneira sustentável, promovendo o bem-estar e a continuidade cultural do Quilombo Ilha de Mercês. O ato contou com a presença do diretor-presidente de Suape, Márcio Guiot; do vice-reitor da UPE, professor José Roberto Cavalcanti; do diretor do Iaupe, professor Pedro Falcão; e do presidente da Associação dos Remanescentes Quilombolas da Ilha de Mercês, Magno Emanuel Araújo.
“Estamos comprometidos em garantir uma transição sustentável e inclusiva, preservando a cultura, a ancestralidade e os modos de vida tradicionais da comunidade. O projeto tem como base equilibrar o desenvolvimento econômico da região com o respeito aos direitos humanos, sociais e ambientais, assegurando que todos tenham acesso a habitações adequadas, serviços essenciais e oportunidades de emprego e renda, promovendo, assim, um futuro mais justo e equilibrado para todos”, comentou Marcio Guiot.
O projeto foi dividido em cinco fases, com duração de dois anos. O escopo prevê a preparação e diagnóstico inicial; análise do contexto socioeconômico, ambiental, antropológico, histórico e cultural; planejamento estratégico e negociações de indenização e realocação; implementação e monitoramento; e, na última etapa, a publicação de um livro memorial sobre o Quilombo Ilha de Mercês, além da organização de eventos e exposições para celebrar a história, a cultura e as contribuições da comunidade quilombola.
Ilha de Mercês
A área onde a comunidade está localizada foi desapropriada pelo Governo de Pernambuco em 1992 para a empresa pública Suape, que a definiu como zona industrial. Em 2016, o Quilombo Ilha de Mercês foi certificado pela Fundação Palmares e está em processo de titulação pelo Incra desde 2017. A comunidade tem raízes nos latifúndios de açúcar da região.