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Os dados preveem ainda um crescimento de 1,1% no roubo de cargas neste ano, totalizando 17.298 eventos. Foto: Senado Notícias

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Sudeste concentra 76% do total de roubos de cargas no país

Atualizado em: 21 de fevereiro de 2024 às 18:00
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

O Brasil registrou 17.108  mil ocorrências do tipo em 2023, aumento de 4,8% em relação a 2022

O Brasil registrou 17.108 mil roubos de cargas em 2023, um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior. E deste total, 76% das ações dos criminosos se concentraram na Região Sudeste, com os estados de São Paulo e Rio de Janeiro respondendo por 70% dos casos. O levantamento foi feito pelo Centro de Inteligência da Overhaul, empresa de software que gerencia riscos da cadeia de suprimentos em trânsito.

Os dados preveem ainda um crescimento de 1,1% no roubo de cargas neste ano, totalizando 17.298 eventos.

“Além do prejuízo financeiro causado pelo valor da carga roubada, há o aumento das taxas de seguros, interrupções no fornecimento, gastos extras com frete, altos investimentos em segurança e restrições operacionais”, explica o Gerente de Inteligência da Overhaul Brasil,  Reginaldo Catarino.

O Centro de Inteligência detectou que a maior concentração de roubos de carga (88%) ocorreu na região que abrange os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás – informação que corrobora a percepção de que as áreas de maior desenvolvimento econômico e logístico são alvos preferenciais dos criminosos.

No entanto, uma mudança significativa em relação ao ano anterior foi observada nas demais regiões do país. Enquanto o Nordeste ocupou a segunda posição em 2022, no ano seguinte, o Sul se posicionou como a segunda região com mais ocorrências de roubo de carga. Essa inversão pode estar relacionada, segundo o levantamento, às diferentes estratégias adotadas pelos criminosos e ao aumento da vigilância e segurança nos estados nordestinos.

Quanto aos tipos de cargas mais visadas, os produtos diversos continuaram sendo os mais roubados, representando 43% dos casos, seguido por alimentos e bebidas (com 6% a menos de incidência em comparação a 2022) e tabaco. Houve um aumento de 4% nos roubos de eletrônicos em 2023, ressaltando a atratividade desse tipo de carga para os criminosos.

Já o sequestro de carga continua sendo o tipo de ação criminosa mais recorrente, representando 84% dos casos. A fraude, que envolve indícios de facilitação de funcionários diretos ou indiretos das operações de transportes, registrou um aumento de 9% em relação ao ano anterior.

“Fica evidente a necessidade de ações mais efetivas por parte das autoridades e das empresas para combater o roubo de cargas no Brasil. Medidas como o aumento da segurança nas estradas, investimento em tecnologia de rastreamento e inteligência artificial, e ações de conscientização e treinamento para os profissionais envolvidos no transporte de mercadorias são fundamentais para reduzir o problema”, pontua Reginaldo.

Dia e horário

Em relação aos dias da semana com maior incidência de roubo de carga, terça-feira se destacou como o dia com maior risco, representando 22% dos incidentes. “Essa mudança em relação a 2022, quando quarta e quinta-feira lideravam os índices, reflete a concentração de movimentação de cargas durante os dias úteis e oferece oportunidades para os criminosos explorarem vulnerabilidades na segurança das operações logísticas”, comenta o especialista.

Já em relação aos horários, os roubos continuaram prevalecendo pela manhã, entre 6h e 12h, representando 50% dos casos. No entanto, chamou a atenção o aumento significativo de roubos no período da tarde, das 12h às 18h, que passou de 6% para 31% em 2023.

Ainda segundo o especialista, esse aumento pode ser explicado pelo fato de os criminosos esperarem os motoristas fazerem paradas para descanso e, assim, terem a oportunidade de abordá-los sem levantar suspeitas.

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