Tecon Santos terá capacidade ampliada para 3 milhões de TEU/ano até 2031

Para isso, a Santos Brasil reserva RS 1,5 bilhão em investimentos a serem aplicados em três fases

Maior terminal de contêineres do País, o Tecon Santos terá a sua capacidade ampliada dos atuais 2,4 milhões de TEU/ano (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) para 3 milhões de TEU/ano até 2031. Para isso, a Santos Brasil reserva RS 1,5 bilhão em investimentos a serem aplicados em três fases. O terminal está situado na margem esquerda do Porto de Santos (SP), lado de Guarujá.  

Segundo a companhia, a primeira fase do projeto de ampliação e modernização do Tecon Santos foi entregue em 26 de novembro do ano passado. O aporte destinado foi de R$ 450 milhões.

No mês seguinte, foi iniciada a segunda fase, que consumirá R$ 540 milhões. Os recursos serão investidos na ampliação da capacidade de pátio do terminal em 600 mil TEU e na área de cais em 200 mil TEU. Com isso, a Santos Brasil projeta alcançar capacidade total de 2,6 milhões de TEU por ano em 2023.

A empresa também fechou a compra de dois portêineres (guindastes sobre trilhos para operação de navios de contêiner) de última geração e de duas empilhadeiras de contêineres vazios. Estes equipamentos somam R$ 130 milhões e fazem parte desta segunda fase do projeto. 

Outra aquisição, em uma iniciativa pioneira no País, será a de equipamentos automáticos, começando com os e-RTGs (guindastes móveis). O projeto contempla ainda instalações no prédio administrativo para operação remota, com foco na segurança operacional, aumento de produtividade e conforto aos operadores que passarão a controlar à distância os equipamentos quando a automação estiver completa, na terceira fase.

“Um novo sistema operacional entrará em funcionamento no terminal no ano que vem, integrando de uma maneira muito mais completa e em tempo real todas as atividades de pátio, cais, gate e os processos de documentação e automação relativos a transportadoras, agências governamentais e aos mais de 9 mil clientes da Santos Brasil, onde quer que estejam localizados. Esses investimentos permitirão a ampliação do nível de automação operacional, aumentando a segurança e a produtividade do Tecon Santos, deixando-o ainda mais eficiente”, informou a Santos Brasil em nota.

Na terceira etapa, a empresa investirá mais R$ 600 milhões até 2031, com a meta de alcançar a capacidade de 3 milhões de TEUs por ano, concluindo desta forma os investimentos de R$ 1,5 bilhão previstos no contrato de prorrogação antecipada do terminal.

O diretor-presidente da Santos Brasil, Antonio Carlos Sepúlveda, observou que os investimentos no Tecon Santos contribuirão para aumentar a eficiência, capacidade de movimentação e armazenagem de carga e competitividade do Porto de Santos. “Exportadores, importadores e armadores terão assegurado o espaço para suas cargas, com um elevado nível de serviço no porto mais importante do País”, afirmou.

Pátio para 52 mil TEU

Uma das principais obras previstas nesta segunda etapa é a construção de um novo pátio com espaço para empilhar até seis contêineres cheios, ampliando a capacidade estática do terminal de 43 mil TEU para 52 mil TEU. Para isso, os prédios administrativos serão demolidos e a subestação de energia e as balanças serão removidas. Um novo prédio administrativo será erguido ao lado da portaria terrestre, fora do terminal.

O projeto também inclui a elevação do pé direito do atual armazém e a construção de um novo sistema de empilhamento que utilizará prateleiras porta-pallets, empilhadeiras elétricas e coletores de dados por rádio frequência (RFID) para ampliar a capacidade de armazenamento e aumentar a acuracidade na gestão do estoque.

Ramais ferroviários  

Os quatro ramais ferroviários serão ampliados dos atuais 400 metros para 800 metros de extensão, permitindo a entrada de uma composição férrea inteira no Tecon Santos. 

Segundo explicou a Santos Brasil, as linhas férreas e os gates de saída serão reposicionados a fim de eliminar o cruzamento entre caminhões e trens.

Dentre os equipamentos que serão adquiridos destacam-se dois guindastes ship to shore (portêineres) com operação remota; três e-RTGs automáticos, 30 terminal tractors (carretas tipo reboque), empilhadeiras para contêineres vazios e empilhadeiras elétricas para os armazéns.

Redução de impactos ambientais

A Santos Brasil ressalta que o empreendimento está alinhado às metas de redução de impactos ambientais definidos pela companhia para 2024, que estabelecem a redução de 50% na geração de resíduos/TEU, redução de 30% no consumo de água per capita é de 15% em toneladas de emissões de CO2/TEU.

Os novos equipamentos serão elétricos e com regeneração de energia. A planta do novo prédio administrativo foca em maior eficiência energética, privilegia a entrada de luz solar e aproveitamento de água de reuso. Já a remodelação do pátio tornará a logística mais eficiente, com ainda mais organização no fluxo, viabilizando a redução da circulação de carretas e caminhões.