Para Gobbo, uma das principais missões na questão ambiental é que os portos da Bahia recebam a certificação azul, equipamentos ambientalmente responsáveis dentro do setor (Foto: Divulgação/Grupo Brasil Export)
Bahia Export
“Temos que buscar ser um porto ambientalmente responsável”, diz Gobbo
Presidente da Codeba destacou as pautas da Autoridade Portuária baiana voltadas para o meio ambiente
O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba), Antônio Gobbo, destacou as principais ações e projetos para os portos públicos do estado dentro da pauta de ESG, sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança. Segundo Gobbo, o objetivo principal é que os futuros investimentos em desenvolvimento portuário no estado sejam elegíveis aos chamados “blue bonds”, que referem-se a debêntures para projetos de infraestrutura com benefício ambiental.
Durante sua participação na sessão solene do Bahia Export, Fórum Estadual de Logística, Infraestrutura e Transportes, o diretor-presidente da Codeba afirmou que a companhia está em fase final de assinatura de convênio com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) para projetos socioambientais.
“Existem algumas das nossas ações que são desenvolvidas para médio e longo prazo, e que podem fazer a diferença no futuro. Nós definitivamente não vamos ser o maior porto do Brasil, esse papel sempre será do Porto de Santos, mas temos que buscar ser um porto mais ambientalmente responsável e, para isso, estamos desenvolvendo uma pauta ambiental bastante robusta”, comentou.
Gobbo afirmou que uma das principais missões na questão ambiental é que os portos públicos da Bahia recebam a certificação azul, equipamentos ambientalmente responsáveis dentro do setor.
“Temos um objetivo claro que é permitir no futuro que os próximos investimentos a serem realizados no desenvolvimento da operação portuária e industrial possam receber incentivos elegíveis aos blue bonds, debêntures azuis de infraestrutura. E que uma parte desse investimento e das outorgas de concessões passem a ser pagas em blue bonds também. Para isso, está em desenvolvimento de alguns estudos bastante consistentes para avaliar a viabilidade disso”, explicou.
Acessos
O diretor-presidente da Codeba destacou os projetos e planos de investimentos voltados para as melhorias no controle de acessos aos complexos portuários.
“Dentre esses desenvolvimentos que estamos tentando fazer com planejamento e visão estratégica, obviamente estão as melhorias nos acessos. Falamos da implantação do VTMIS, a dragagem da Baía de Todos os Santos, a dragagem de aprofundamento do Porto de Ilhéus. Permitir que nós não somente mantenhamos a grande rota comercial, ligando Brasil e Ásia, inaugurada esse ano, mas que temos que partir para os navios de 400 m, e esse é o grande desafio do próximo ano”, salientou.
Hidrovia
A Codeba assinou um protocolo de intenções, junto com o Governo Federal, para administrar a hidrovia do São Francisco, com o principal objetivo de ampliar o uso do modal para o transporte de cargas e também de passageiros.
Segundo Gobbo, a hidrovia do São Francisco pode representar uma imensa redução nos custos de transporte de cargas ao longo dos 1.371 quilômetros navegáveis.
“O projeto da hidrovia não é meramente um projeto logístico. É um projeto socioambiental de desenvolvimento regional e que pode ser a nova grande fronteira do desenvolvimento da Bahia. O governador Jerônimo (Rodrigues) se prontificou a participar da produção dos estudos. Vamos fazer a nossa parte para que essa delegação venha de fato, e aí a gente começa a pensar de uma forma macro e sistêmica. A hidrovia pode mitigar os efeitos dessa falta do transporte ferroviária. Com os estudos, a gente pode pensar e tentar projetar as ferrovias ligando com Petrolina, Juazeiro, ao Porto de Aratu, ao Porto de Suape, conexões com a Fiol. Com isso, a gente traz um elemento novo de integração entre todos os modos de transporte”, disse.