Os produtos que mais aumentaram a participação no modal ferroviário foram milho, soja, fertilizantes, derivados de petróleo e contêineres.
Portos do Paraná
Transporte de cargas por trem cresce 63%
No primeiro mês do ano, 569.559 toneladas chegaram ou saíram em vagões
O transporte ferroviário de cargas cresceu 63% nos portos do Paraná em janeiro, comparado a dezembro. No primeiro mês do ano, 569.559 toneladas chegaram ou saíram em vagões, o que equivale a 13,7% do total movimentado no período.
Segundo a autoridade portuária, houve aumento no modal, inclusive, em relação a janeiro de 2021, que registrou 301.434 toneladas, o que corresponde a 8,4% do total movimentado naquele mês.
“A participação do modal ferroviário só tem aumentado”, comenta o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Garcia destaca que a relação custo-infraestrutura é determinante para a escolha do modal ferroviário. “Local adequado, com capacidade para receber, carregar e descarregar os vagões com eficiência, agilidade e segurança é tão importante quanto a malha ferroviária. Ou seja, de nada adianta os trilhos chegarem até aqui, se os terminais (público e privados) não tiverem condições adequadas de receber e operar os vagões. O investimento deve ser feito em todas essas frentes, para que a participação do modal ferroviário no transporte de carga aumente ainda mais. Nosso objetivo, aqui nos portos paranaenses, por exemplo, é equilibrar a participação dos modais rodo e ferroviário”, afirma Garcia.
Moegão
A Portos do Paraná está investindo no projeto Cais Leste, também chamado de Moegão. É uma moega exclusiva para descarga de grãos e farelos para exportação que chegam em vagões nos terminais do Corredor Leste do Porto de Paranaguá.
“Será um investimento da ordem de R$ 500 milhões para preparar a estrutura para absorver a produção transportada pelo modal ferroviário”, informa a autoridade portuária.
A Portos do Paraná observa que “uma estrutura de recepção de granéis para a exportação, exclusivamente destinada ao modal ferroviário, traz mais eficiência logística e melhora a competitividade do Estado, além de melhorar a mobilidade em Paranaguá, aumentar a capacidade de carga do porto, com a ampliação significativa de carga e descarga de trens”.
“O projeto prevê a adequação do acesso, redistribuição das faixas internas e posicionamento das balanças e das moegas (destinadas ao depósito de grãos). A descarga ferroviária será centralizada em uma moega exclusiva, mas também serão reestruturados os acessos dos terminais da parte Leste do Porto, otimizando a capacidade de recepção de cargas também pelo modal rodoviário”, explica a autoridade portuária.
De acordo com a Portos do Paraná, “com área de 595 mil m², as três linhas que compõem o projeto terão capacidade de carregar até 2 mil toneladas de grãos e farelo por hora. Elas ficarão interligadas aos 11 terminais do Corredor Leste de Exportação”.
A autoridade projeta aumento de vagões. “Com isso, a previsão é ampliar dos atuais 550 vagões, que descarregam diariamente no Corredor Leste, para cerca de 900 por dia — quase 300 em cada uma das três linhas. Atualmente, 14,9% das cargas chegam ao porto pela ferrovia, mas a previsão é equalizar essa logística, com 50% dos carregamentos vindos pelos trens e a outra metade por caminhões”.