.O prefeito Rogério Santos completou dizendo que a obra do túnel do maciço central custaria, atualmente, em torno de R$ 400 milhõesCrédito: Gabriel Imakawa/Brasil Export
Santos Export
Túnel do maciço central de Santos pode ser viabilizado mesmo sem desestatização, diz prefeito
Vista pelo chefe do Executivo como uma nova entrada da cidade, via pode dar mais agilidade à chegada de caminhões
Um dos assuntos mais esperados para a edição 2023 do Santos Export, principal fórum de Logística, Infraestrutura e Transportes voltado para o Porto de Santos, tratou da questão que envolve os problemas de acesso ao cais santista. Um projeto viário dentro da Cidade de Santos, que constava na desestatização do Porto de Santos, pode dar mais agilidade à chegada de caminhões no porto. Mesmo sem a privatização do cais santista, a viabilização desse empreendimento ainda deve acontecer.
Chamado de túnel do maciço central, que ligaria a Zona Noroeste de Santos com a Zona Leste por meio da região de morros da cidade. Um dos debatedores do painel que discutiu acessos no Santos Export, o prefeito Rogério Santos (PSDB) definiu o projeto como uma nova entrada de Santos.
Segundo o prefeito, essa nova ligação viária dentro da cidade poderia dar mais agilidade aos caminhões que chegam ao Porto pela Via Anchieta. A ideia seria que os veículos de passeio cheguem ao município pela Rodovia dos Imigrantes, passando por São Vicente seguindo até o túnel do maciço.
“Seria um túnel estratégico. Seria uma nova entrada de Santos. Atualmente, temos a entrada pela Anchieta, a Avenida da Praia, na divisa Santos-São Vicente, e o sistema de balsas (Santos-Guarujá). Na prática, os caminhões que descem pela Anchieta usariam exclusivamente a entrada de Santos. E os automóveis urbanos que normalmente sobem ou descem pela Imigrantes teriam essa via de acesso. Então, seguiriam pela Imigrantes; não entrariam na Interligação de Cubatão. Entram na (Avenida) Augusto Severo (em São Vicente). Faremos uma ligação da Augusto Severo com a Haroldo de Camargo, na Zona Noroeste (em Santos). E de lá entram na Vila São Jorge, saindo no bairro do Marapé, através do viário da (Rua) Carvalho de Mendonça”, explicou o prefeito santista.
O projeto do túnel constava no pacote de obras a serem executadas dentro do município com a desestatização do Porto de Santos. Agora com o novo Governo Federal, no qual o ministro de Portos Márcio França já definiu que não haverá privatizações das Autoridades Portuárias, Rogério Santos afirmou que já discutiu a viabilização do empreendimento com o governador Tarcísio Freitas (Republicanos).
“É uma obra importante para o porto. Por isso o então ministro colocou dentro desse pacote de obras da desestatização. Ela é importante a partir do momento em que separa os veículos urbanos dos caminhões e isso dá uma agilidade maior no trecho de chegada em Santos. O governador Tarcísio reiterou que, independentemente do caminho que siga a questão do porto (privatização), há interesse do Governo do Estado em fazer essa obra”, comentou.
Rogério Santos completou dizendo que a obra do túnel do maciço central custaria, atualmente, em torno de R$ 400 milhões. Já existe um anteprojeto, apresentado pela Prefeitura no ano passado, e os licenciamentos ambientais já foram liberados, segundo o prefeito.
O projeto prevê a construção de dois túneis, com cerca de 1,3 quilômetro cada. As ligações entre as zonas Noroeste e Leste serão feitas no morro próximo à divisa de Santos e São Vicente, no bairro Vila São Jorge.
Impasse
Até o momento, o Governo do Estado não apresentou projetos e nem anunciou estudos para uma nova ligação rodoviária entre Planalto e Planície. Diversas possibilidades já foram levantadas em anos anteriores, tais como a terceira pista da Rodovia dos Imigrantes, um novo trecho rodoviário que faria a ligação do Rodoanel junto à Rodovia Cônego Domênico Rangoni, entre outras.
O Governo Estadual esbarra em licenças ambientais para poder fazer uma nova ligação rodoviária.
Segundo a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, aproximadamente 12 mil caminhões percorrem a Via Anchieta por dia, em condições normais. Devido ao crescimento de movimentação de cargas no Porto de Santos e à alta demanda dos serviços, a expectativa é de que o número de veículos pesados aumente, podendo vir a prejudicar e causar um gargalo gigantesco na chegada ao Litoral.
ASPAS
“É uma obra importante para o porto. Por isso o então ministro colocou dentro desse pacote de obras da desestatização. Ela é importante a partir do momento em que separa os veículos urbanos dos caminhões e isso dá uma agilidade maior no trecho de chegada em Santos”
Rogério Santos, prefeito de Santos