Da esquerda para a direita: Eduardo Lustoza, Anderson Pomini, Márcio França, Bernadete Bacellar, Carlos Eduardo Bueno Magano e Antônio de Pádua de Deus AndradeCrédito: Divulgação/APS
Região Sudeste
Túnel e integração porto-cidade são prioridades da nova gestão do Porto de Santos
Márcio França garantiu projetos durante cerimônia de posse da nova diretoria da Autoridade Portuária
Construir o túnel submerso que ligará as margens do Porto de Santos, nas cidades de Santos e Guarujá, e melhorar a relação porto-cidade com obras turísticas, como a revitalização do Cais do Valongo e a transferência do Terminal Marítimo de Passageiros (Concais) para a região do Centro Histórico, serão as prioridades da nova administração da Autoridade Portuária de Santos (APS), que deixa de usar o nome em inglês (Santos Port Authority ou SPA).
Quem garantiu que os projetos serão feitos foi o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. Ele participou ontem (20) da cerimônia de posse da nova diretoria da estatal que administra o complexo e detalhou as ideias que pretende tirar do papel para a região ao lado da nova equipe.
O ministro também apresentou os profissionais que estarão à frente da gestão da APS e os critérios usados para a escolha de cada um. Dos cinco indicados, quatro já passaram pelo órgão.
A composição atual tem Anderson Pomini como presidente. Ele é advogado e ex-secretário de Justiça da Prefeitura de São Paulo.
Bernadete Bacellar foi nomeada como diretora de Administração e Finanças. Ela também é advogada e já atuou na APS como superintendente jurídica.
Eduardo Lustoza é o responsável pela pasta de Desenvolvimento de Negócios e Regulação. Ele é engenheiro e ex-gerente de Planejamento e Desenvolvimento de Áreas e Instalações da APS.
Antônio de Pádua de Deus Andrade, é o novo diretor de Operações. Pádua já foi diretor de Engenharia na companhia e ministro da Integração Nacional.
Por fim, Carlos Eduardo Bueno Magano, que assumiu a pasta de Infraestrutura. Ele é engenheiro, ex-diretor da Docas e ex-presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp).
“O critério que foi usado para a seleção de cada um foi a especialização para cada área. Todos têm alguma experiência na área portuária e no setor público, e também são pessoas de nossa confiança”, explicou França.
O ministro ressaltou ainda a importância da experiência jurídica do novo presidente para destravar questões, entre elas, a obra do túnel. “Temos situações que dependem de soluções jurídicas e que exigem capacidade de diálogo, que Pomini tem plenas condições de encontrar”.
Inclusive, Márcio França afirmou que o túnel deve ser a maior obra física feita no governo Lula, e que ao lado da revitalização do Valongo e da transferência do terminal de passageiros (Concais), irá fortalecer a relação porto-cidade – em sua visão, esquecida nos últimos anos.
“Eu vinha com meus pais passear no porto no final de semana, hoje isso se perdeu. O porto se vocacionou e se fincou na lógica de produzir mais, se afastando da lógica da convivência com a cidade. As pessoas não frequentam aqui. Então precisamos voltar a ter frequência, iluminar, associar o porto à cidade”, declarou.
Para isso, garantiu que o Governo Federal irá publicar em breve o edital para a construção do túnel e que as obras de revitalização do Valongo, bem como a transferência do Concais serão as prioridades da nova administração.
Para o projeto do Valongo, que consiste na revitalização dos armazéns 4 e 7, no Centro Histórico da cidade, o projeto deve sair do papel via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Questionado sobre como será sua gestão à frente da Autoridade Portuária de Santos, Pomini garantiu que seguirá as orientações do Governo Federal e que a implementação da ligação seca, esperada há mais de 100 anos, será feita.
“Para realizar uma obra dessa envergadura no Brasil é preciso que se tenha cinco engenheiros e 250 advogados. Brincadeiras à parte, é verdade. O nosso sistema jurídico atual faz com o que os advogados precisem ser consultados em todas as obras, em especial as obras públicas”, explicou o novo presidente da estatal.
Ele também disse que uma “integração efetiva” entre o porto e a cidade vai melhorar, principalmente, a vida de quem mora no entorno do complexo, em condições precárias. “Chegou o momento histórico de a gente integrar o porto aos interesses dos moradores da região”.
Pomini quer ainda um programa permanente de visitação ao complexo, envolvendo, sobretudo, estudantes e turistas.