O empreendimento contará com três berços de atracação, três plataformas de operação, sistema de carga e descarga de granéis líquidos em uma área total de 90 mil m²Crédito: Divulgação
Região Sudeste
TUP Alemoa busca parcerias para iniciar obras no Porto de Santos
Novo empreendimento terá berços para atender operações de granéis líquidos
Futuro empreendimento portuário da Alemoa SA Imóveis e Participações, o TUP (terminal de uso privado) Alemoa, que será instalado na região do bairro Alemoa, na margem direita do Porto de Santos (SP), aguarda parcerias com investidores que desejam operar o terminal destinado à movimentação de granéis líquidos.
O novo equipamento pretende atender a uma importante demanda no cais santista, referente à fila de navios de líquidos que encontram longas filas enquanto aguardam para atracar nos berços.
Em entrevista ao BE News, o diretor da Alemoa SA, João Maria Menano, afirmou que todos os licenciamentos que dizem respeito a contratos de adesão, de instalação, ambientais e à ASV (Autorização de Supressão de Vegetação) estão todos regularizados, após uma longa batalha que durou 13 anos.
“Agora conseguimos equalizar e terminar todos os licenciamentos necessários. A parte burocrática foi totalmente concluída”, afirmou.
O empreendimento contará com três berços de atracação, três plataformas de operação, sistema de carga e descarga de granéis líquidos em uma área total de 90 mil m². A expectativa é de que a capacidade estimada seja de 1 milhão de toneladas por ano.
Com o processo burocrático concluído, o passo seguinte a ser feito é a captação de recursos para o início da obra. O prazo para construção é de três anos. Segundo o executivo, a expectativa é que o TUP entre em operação em 2027 ou em 2028.
“Para iniciar a obra, precisamos de parcerias. Nós temos a área, todas as licenças, mas estamos fazendo a captação. Contratamos o banco BTG para ser nosso advisor. Esperamos em breve anunciar o início das obras. Entretanto, estamos cuidando das medidas compensatórias e mitigatórias”, comentou.
Segundo Menano, o papel de atuação da BTG será o de oferecer o projeto do TUP para captar investidores. Inclusive, o diretor da Alemoa S.A. revelou que já recebeu manifestações de interesse e que já foram assinados acordos de confidencialidade.
“Podem ser de diversos tipos, tanto operadores portuários, quanto um fundo de investimentos, quanto um grupo importador e exportador que optar em sua cadeira ter o seu próprio terminal. Estamos com esse flanco bem aberto para estudar todas as possibilidades”, analisou.
Operação
Segundo João Maria Menano, a partir do projeto de utilidade pública apresentado para a área ocupacional, voltado para operações portuárias, a decisão de se criar um terminal para granéis líquidos se deu a partir da necessidade de novos berços de atracação para essa operação na margem direita do Porto de Santos.
“O segmento de líquidos vem tendo uma espera muito grande, especialmente na região da Alemoa. Já tivemos períodos em que se tinha 20 dias de espera para a atracação de um navio. Não tem sentido empresas do porte das que tem na Alemoa para o segmento ficarem com os navios em fila de espera”, afirmou.
Além dos líquidos, o TUP Alemoa poderá se apresentar para operar outros segmentos como, por exemplo, os granéis sólidos.
“A nova Lei dos Portos dá essa alternativa de se agregar outro tipo de carga. Como o Brasil tem se tornado expoente no segmento de grãos, a gente estuda a possibilidade de agregar outro tipo de carga. Seja exportando grãos quanto importando fertilizantes, que é uma carga que apresenta deficit em Santos”, comentou.
Por fim, Menano declarou que o TUP Alemoa chega para ajudar no desenvolvimento do Porto de Santos e prestando bons serviços a clientes e operadores nacionais e internacionais.
“Estamos buscando o desenvolvimento de Santos e da região. Devemos olhar com muito cuidado, tratar com muita fidelidade a carga, porque felizmente o Brasil cresceu na operação portuária, cresceu no comércio exterior. E Santos não pode abrir mão de continuar se desenvolvendo e prestando bons serviços com opções para escoamento de cargas. Temos de cuidar bastante dos acessos e da expansão dos terminais para que não haja esgotamento de áreas e Santos continue abrangendo um percentual importante das cargas de importação e exportação”.