Segundo a Ucrânia, 12 navios zarparam, na manhã de ontem, carregando 354.500 toneladas de grãos (Porto de Odessa/Ministério da Infraestrutura da Ucrânia)
Internacional
Ucrânia retoma exportações por navios após Rússia abandonar acordo
Rússia desistiu de iniciativa intermediada pela ONU, alegando que sua frota de navios da Marinha foi bombardeada por drones
A Ucrânia retomou as exportações de grãos por navios via Mar Negro, na manhã de ontem, dois dias após Rússia desistir do acordo intermediado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para garantir o escoamento seguro dos alimentos em zona de guerra.
O governo ucraniano confirmou que 12 navios haviam zarpado, carregando 354.500 toneladas de grãos, um volume maior do que normalmente é transportado em um único dia, sugerindo que vários pedidos estavam sendo liberados após a interrupção das exportações no domingo.
Segundo as agências internacionais de notícias, os embarques foram realizados em meio a ataques aéreos russos à capital da Ucrânia, Kiev, com lançamento de mísseis. Autoridades ucranianas disseram que a infraestrutura de energia foi atingida, interrompendo o fornecimento de eletricidade e água em várias áreas.
Autoridades internacionais temiam que Moscou voltasse a impor um bloqueio aos grãos ucranianos, depois que a Rússia anunciou no sábado que estava se retirando do programa apoiado pela ONU, que escolta navios de carga pelo Mar Negro.
A Ucrânia e a Rússia estão entre os maiores exportadores mundiais de alimentos. Por três meses, o acordo apoiado pela ONU garantiu que as exportações ucranianas pudessem chegar aos mercados.
Já o Kremlin argumentou que foi forçado a desistir do acordo denominado “Iniciativa Grãos do Mar Negro” após aUcrânia atacar navios da Marinha russa em um porto da Crimeia no sábado.
A Ucrânia não confirmou nem negou a autoria sobre as explosões, mas afirmou que a Marinha russa é um alvo militar legítimo. Moscou disse que as explosões foram causadas por uma frota de drones marítimos e aéreos.
Os ataques com mísseis da Rússia durante a hora de pico, na manhã de ontem, repetiram uma tática que a Rússia seguiu neste mês de atingir a infraestrutura civil ucraniana, especialmente usinas de energia.