Divulgação
Estilo BE
Um Prefeito apaixonado pelo mar, pelo surfe e pelo porto
Quando criança, o prefeito Rogério Santos foi incentivado pelo pai a praticar vários esportes. Aprendeu a nadar com o professor Tuco, do Colégio Santa Cecília, fez parte da equipe de natação do Vasco da Gama e jogou futebol nas categorias de base do Santos FC, com o famoso professor Formiga. Como na época ainda havia preconceito contra o surfe, guardou o desejo e só conseguiu subir em uma prancha aos 40 anos para realizar o sonho.
A praia sempre fez parte da sua vida, desde criança nadava e jogava futebol na areia aos finais de semana com a molecada do Bairro do Campo Grande, onde morava. O surfe veio tarde, mas ficou. Por insistência do advogado e amigo Eugênio Malavasi, comprou uma prancha usada e foi com a cara e a coragem: “Não tive aulas, o Eugênio foi me dando dicas e comecei a participar do grupo Barriga Bowl, formado por surfistas veteranos que, com muita generosidade, foram me ajudando. Ainda tenho muito a aprender, mas infelizmente agora está mais difícil, com pouco tempo para surfar”.
Descobrir o surfe foi descobrir Santos como a cidade pioneira no esporte: “Tem uma rica cultura envolvendo o surfe. Temos escolinhas públicas, cursos adaptados e para pessoas da terceira idade; a Escola Radical do Cisco (Francisco Alfredo Alegre Araña) é famosa no Brasil; grandes nomes no surfe como o Rafael Rodrigues, que aprendeu a andar numa prancha. Santos foi palco de uma cadeia produtiva de pranchas e moda surfwear. Os irmãos Eduardo e Carlos Argento foram pioneiros do surfe e responsáveis pela lendária marca Twin. E ainda Homero Naldinho, um precursor e um dos maiores fabricantes de pranchas de surfe do Brasil, pessoas que contribuíram com toda essa história”.
Alinhando com o tema, Rogério Santos destaca os projetos de revitalização do quebra mar: “Inauguramos várias etapas, reformulando a torre dos jurados e as arquibancadas, o espaço também é uma referência para o surfe. Não posso dizer que Santos é a capital do surfe porque não temos ondas grandes para um campeonato mundial, mas Santos é a capital da cultura do surfe”.
O prefeito deu essa entrevista de Portugal, durante missão em parceria com o Portugal Export sobre relação porto-cidade, inovação tecnológica, turismo e cultura, temas fortes em sua gestão, principalmente na questão de pensar o porto do futuro. “Tem sido muito produtivo, além de aprender e ver o que está acontecendo por aqui, já conseguimos transformar o aprendizado em projetos para planejamentos futuros visitando os parques tecnológicos, os portos e as câmaras municipais”, explica.
Porto é outro assunto que ele fala com prazer: “Eu sempre me emociono com o porto. Meu pai é português, chegou ao Brasil de navio pelo Porto de Santos. Minhas primeiras memórias afetivas estão ligadas ao porto, aos navios. Lembro quando era pequeno de viajar para Portugal com os meus pais a bordo do Eugenio C e Enrico C, o transporte que os portugueses usavam naquela época”.
Ainda há outra ligação importante com o porto. Formado em Odontologia, quando foi fazer o mestrado em saúde coletiva pela Unisantos abriu uma linha de pesquisa, hoje seguida por outras universidades, sobre o tema Relações entre trabalho e saúde do trabalhador portuário avulso do Porto de Santos.
Com a tese vieram novos olhares: “Tive contato com trabalhadores e sindicatos, enriqueceu minha visão de política pública. Pesquisei a cultura do trabalhador portuário, seus costumes e maneira de ser. O modo de vida influencia muito na saúde e no aspecto social. Cada função do porto tem uma peculiaridade e possibilidade de desenvolver um tipo de doença inerente ao trabalho. E ainda ganhei a chance de estudar os imigrantes que vieram trabalhar no Porto de Santos e sua contribuição para o desenvolvimento da cidade”.
Para ele, o porto do futuro começa agora, com o porto do presente. “O Porto de Santos já tem a estrutura necessária: as plantas industriais em Cubatão, que precisam ser ativadas através de políticas públicas do Governo Federal, e um aeroporto em Guarujá. Falta investir na indústria de tecnologia, mas para isso temos um polo de pesquisa, que pode ser transformada em inovação, com mais de 40 mil alunos em universidades públicas e privadas. O porto do futuro deve ser também um porto ambiental e sustentável para harmonizar a relação porto-cidade”.
Rogério Santos revela que a Prefeitura está apostando também na parceria com os sindicatos para fazer a capacitação dos trabalhadores portuários. E todos os planos levam ao Porto Valongo: “Será o nosso Puerto Madero. Vamos trazer a vocação turística para o Porto de Santos. Além do terminal de cruzeiros teremos o terminal de passeios de escuna para unir a orla com o centro e suas riquezas arquitetônicas e culturais. Queremos agregar a história de Santos ao turismo, valorizando o trabalhador portuário avulso que fez e construiu a cultura portuária”.
O prefeito faz questão de dizer que a população está aprendendo a conhecê-lo melhor nesses dois anos, mas garante a bagagem de 35 anos de gestão pública na área da saúde. “O Brasil precisa de bons gestores, que saibam montar uma equipe e transformar propostas em realidade, sugerindo projetos possíveis. É o que tenho procurado fazer”.
A rotina intensa da Prefeitura, com eventos, vistorias de obras e agenda de muitas reuniões, muitas vezes também nos finais de semana, não deixa muito tempo para o esporte, para o lazer e para a academia. Aos domingos, depois da caminhada na praia, o programa é atender às encomendas da esposa e dos filhos: “Eu gosto de cozinhar, quem faz as compras e o almoço sou eu. A especialidade é a que os filhos mandam: uma filha diz que eu faço a melhor lasanha à bolonhesa do mundo; o filho gosta de macarrão gratinado com molho branco e a outra filha pede estrogonofe. E assim eu descanso trabalhando”, brinca.