“Uma empresa com alma”

A edição deste final de semana da coluna Estilo BE traz uma entrevista com o Relações Institucionais da Wilson Sons, Cláudio Viveiros, a importância da reserva cognitiva e, ainda, dica culturais e de gastronomia

Tempo de criar

Desde que aprendi que as estações estão em nós, procuro me harmonizar com elas. E se agora é tempo de primavera, o convite é para florescer, despertar, criar. Como somos almas em constante aprendizado, proponho buscar ambientes mais livres de críticas para agir e pensar com inspiração e reestruturar pensamentos negativos; ignorar as respostas previsíveis e se abrir para as perguntas que a vida traz. Descobri que a palavra japonesa ikigai significa razão de ser ou razão para acordar todos os dias. Para descobrir o seu ikigai, tente responder: O que eu amo fazer? O que eu posso fazer bem? O que posso ser pago para fazer? O que o mundo precisa? Quem sabe você encontre a melhor forma para celebrar a primavera que está começando.

Foco

“A Wilson Sons é uma empresa com alma”

Foto Divulgação

Foi durante um coquetel em Brasília que Cezar Baião, presidente da Wilson Sons, convidou Claudio Viveiros para participar da implantação da área de Relações Institucionais. “Ele disse que percebeu minha habilidade para lidar com as pessoas e que eu tinha o potencial para ampliar contatos e fazer a diferença. Fiquei muito feliz, gosto dessa área e confesso que essa habilidade para a comunicação foi desenvolvida com o tempo e com esforço para aprender sempre”.

O menino tímido que começou a falar tarde por um problema de saúde ficou definitivamente para trás. Claudio assumiu como especialista em Relações Institucionais e ganhou carta branca para iniciar o departamento. “É importante ter um repertório grande para falar com os nossos stakeholders. E ser um bom ouvinte, com empatia e paciência”, ensina.

Graduado em Engenharia Mecânica na Universidade Católica de Petrópolis – UCP – e pós-graduado em Marketing pelo Ibmec, Claudio começou profissionalmente atuando na área comercial de estaleiros com foco em diversificação e plataforma de petróleo. Em 2023 completa 30 anos de Wilson Sons, quando começou gerenciando um terminal de contêineres de retroárea. “Na época os terminais eram públicos, não existia como hoje o terminal de contêiner licitado e os armadores ficavam muito inseguros com o armazenamento”.

Acompanhando as mudanças, Claudio foi crescendo junto com a empresa, hoje o maior operador integrado de logística portuária e marítima do mercado brasileiro, com mais de 185 anos de experiência, trabalhando com armadores, importadores e exportadores, indústria de óleo e gás, projetos de energia renovável, agronegócio e outros segmentos.

Quando foi chamado para a área institucional, Claudio logo começou frequentando as reuniões da Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, participava dos grupos e estudava o tema. 

Participa do Conselho ESG e Internacional do Brasil Export, do Conselho Deliberativo da Aberje, coordenador da Comissão de Responsabilidade Social do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás – IBP, membro do Conselho Fiscal da Associação de Comércio Exterior do Brasil – AEB, entre outras participações ativas em entidades do setor.

O destaque atual da companhia é a criação da Diretoria de Sustentabilidade, com a contratação de Mônica Jaén. Claudio diz que essa iniciativa revela a visão da diretoria, liderada pelo CEO Fernando Salek, para o tema. “A Wilson Sons reforça o seu compromisso com a sociedade e se alinha ao nosso propósito Juntos trabalhamos para transformar realidades e entregar futuros melhores. Temos mais 3.500 colaboradores em unidades espalhadas por toda a costa brasileira”.

Na empresa, Claudio trabalhou na área de novos negócios. Preparamos as modelagens, participamos de mais de dez licitações nos principais portos do Brasil e ganhamos no Tecon Rio Grande, Tecon Salvador, um marco para o usuário. Olho para trás e reconheço como essas mudanças, os investimentos e a adoção de novas tecnologias foram essenciais para o bom atendimento e aprimoramento da logística aos segmentos do comércio nacional e internacional. É um mundo diferente do que eu vejo hoje nos portos. Tem espaço para melhorar, mas a evolução foi muito grande”.

Claudio ressalta que a Wilson Sons conquista os funcionários: “É uma empresa que tem alma. Vejo muitas pessoas que saíram e depois entram em contato dizendo o quanto era bom trabalhar aqui. Talvez essa seja a grande mágica, temos uma história muito rica. Apesar de centenária, é sempre inovadora, tradicionalmente moderna eu diria”. 

Em sua área, reconhece que o departamento cresceu após a ajuda de um dos funcionários da área de TI, que implantou um sistema multiplataforma para sistematizar a gestão das interações com todas as partes interessadas da empresa.

Na área de responsabilidade social, lançou o Criando Laços, o programa de voluntariado da companhia, e criou, com outras organizações, o Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial – CBVE. 

“Sou conselheiro do Instituto Rogerio Steinberg (Organização sem fins lucrativos que atua na identificação e desenvolvimento de crianças e jovens com Altas Habilidades/Superdotação, socialmente vulneráveis). Tenho um dia a dia bem movimentado. Não existe um negócio saudável em uma sociedade doente. Temos que trabalhar para fazer um mundo melhor, e as empresas são fundamentais nesse esforço conjunto”, afirma.

Participar de conselhos em outras instituições é encarado com muita seriedade: “Sou ativo quando participo de conselhos, de reuniões. Estudo para contribuir de verdade e não superficialmente”. 

Claudio continua morando em Petrópolis, onde nasceu, gosta de ciclismo e natação. Como mora em uma casa com um amplo terreno, tem curtido muito a jardinagem, o pomar, as orquídeas, o contato com a natureza. “Pareço calmo, mas não sou tão calmo assim, estar em casa é uma forma de recarregar as baterias, gosto de orquídeas.

Seu lema de vida é nunca desistir, ter resiliência para perseguir os projetos em que acredita, conseguir parcerias, não desanimar com o primeiro não. E se depender dele, a fase turbulenta do Brasil vai passar e teremos um caminho positivo pela frente.

Mergulho

Como está sua reserva cerebral?

Foto divulgação

Conforme os anos passam, surgem questões que mexem com a nossa saúde, mas mesmo com doenças aparecem, como hipertensão ou diabetes controladas, por exemplo, o envelhecimento pode ser saudável, como explica nessa entrevista exclusiva a coordenadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas da USP, Sonia Brucki. Ela revela o que é e como manter a reserva cognitiva. Confira:

O que é reserva cognitiva?

A reserva cognitiva está relacionada a um processo ativo. O cérebro tenta lidar com o dano cerebral através do uso de processo cognitivos pré-adquiridos, permitindo mecanismos compensatórios; ativamente tentaria compensar as dificuldades representadas pela lesão cerebral. Simplificando, seria a capacidade de lidar com as adversidades ao cérebro que é construída durante toda a vida. É um processo dinâmico envolvendo estímulos durante a infância, escolaridade, tipo de trabalho e atividades intelectuais etc. Portanto, os indivíduos com maior reserva lidariam de forma melhor e mais efetiva com o mesmo nível de lesão cerebral do que uma outra pessoa. Estes modelos não são excludentes.

Como pode proteger contra o Alzheimer e outras demências?

O conceito de reserva cognitiva inclui a noção de que indivíduos com maior nível educacional têm maior resiliência, permitindo-os lidar melhor com uma possível alteração neuropatológica cerebral, aumentando o limiar para o aparecimento de sintomas cognitivos (Katzman, 1993). A reserva cognitiva explicaria a relação entre escolaridade, nível ocupacional, habilidade em leitura, demanda ambiental, fatores genéticos, todos contribuindo para o desenvolvimento desta reserva.

Essa reserva pode começar a ser construída a partir de que idade? E até que idade?

Pode ser melhorada em qualquer idade. A reserva cognitiva explicaria a relação entre escolaridade, nível ocupacional, habilidade em leitura, demanda ambiental, fatores genéticos, todos contribuindo para o desenvolvimento desta reserva. Desde estímulos e escolaridade durante a infância, boa alimentação e constante atividade intelectual durante a vida. 

Qualquer atividade intelectual é positiva? Pode citar algumas?

Qualquer atividade é boa. Novos aprendizados, de uma nova língua, uma nova capacidade (desenhar, tocar). Jogos de lazer, seja online ou presencial, tipo xadrez, cartas, dominós, jogos de tabuleiro. Leitura, música. As atividades melhores envolvem também a participação em grupo, para haver convivência e conversas. 

Há relação entre a capacidade de formar reserva cognitiva e a Covid?

Não temos estudos diretamente sobre isso, mas pelas características da própria reserva cognitiva, também serviria para sintomas pós-covid. 

Quais as regiões do cérebro mais afetadas quando não há essa reserva cognitiva?

Quaisquer áreas cerebrais podem ser afetadas de acordo com o tipo de lesão, seja isquemia, traumatismo, tumor. 

No caso de Parkinson, essa reserva também protege? 

Também na doença de Parkinson a reserva cognitiva é positiva, porque este modelo de resistência ou resiliência às alterações cerebrais serviria para qualquer tipo de injúria. 

Atividade física e social são recomendadas?

Atividade física, cognitiva, as atividades sociais e evitar o isolamento social, boa alimentação equilibrada e com alimentos frescos; evitar tabagismo, poluição atmosférica. O tratamento e controle de todas as outras doenças que o indivíduo possua também melhora a saúde cerebral.

Teatro

Isso Aqui Tá Bom Demais

Foto Priscila Prade

Prepare-se! A partir do dia 6 de outubro entra em cartaz em São Paulo o musical “Dominguinhos: Isso Aqui Tá Bom Demais”, homenagem contemporânea para o querido e saudoso mestre da sanfona e da música popular. A dramaturgia é de Silvia Gomez, direção de Gabriel Fontes Paiva e direção musical de Myriam Taubkin. O espetáculo foi idealizado com muito carinho por Myriam e Gabriel Fontes Paiva, que trabalharam com Dominguinhos. Uma ótima oportunidade para conhecer mais o mestre do forró e a carreira musical de sucesso, passando por gêneros como o jazz, o pop e a MPB.

Serviço
Dominguinhos: Isso Aqui Tá Bom Demais
Temporada de 6 de outubro a 27 de novembro
Sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 18h.
Teatro Faap: Rua Alagoas, 903 – Higienópolis.
Ingressos: R$ 120,00
Classificação indicativa: Livre
Pré-venda com ingressos a R$ 50,00 no site do Teatro Faap

Visuais

Mostra no Recife

Foto Divulgação/Gê Viana

Com 26 trabalhos de 12 artistas contemporâneos e curadoria de Moacir dos Anjos, curador da 29ª Bienal de São Paulo, a exposição “Necrobrasiliana” pode ser conferida na Galeria Vicente do Rego Monteiro, da Fundação Joaquim Nabuco.  Entre os participantes estão Ana Lira, Rosângela Rennó, Dalton Paula, Gê Viana, Jaime Lauriano, Rosana Paulino e Sidney Amaral. Segundo o curador, os trabalhos revelam estratégias artísticas em curso, que se debruçam sobre a reavaliação da representação colonial no Brasil. 

Serviço
Necrobrasiliana 
Até 29 de janeiro de 2023
Galeria Vicente do Rego Monteiro, Fundação Joaquim Nabuco: R. Henrique Dias, 609 – Recife (PE)
Visitação de terça a sexta, das 14h às 19h; sábado, domingo e feriados, das 13h às 17h

Bebidas

Drinques para o final de semana

Sempre é bom mudar e experimentar novas receitas, inclusive na área de bebidas. Olha só as duas sugestões de drinques que vêm do The Blue Pub, em São Paulo;

Fotos divulgação

Blue Star (The Blue Pub/Itaim)

50 ml Smirnoff

30 ml curaçau blue

30 ml suco de abacaxi

20ml leite condensado 

10 ml água com gás

Preparo: Em uma coqueteleira preencher com gelo, acrescentar vodka, o curaçau blue, o suco de abacaxi e o leite condensado. Bater na coqueteleira. Colocar em um copo e completar com água com gás. 

Fotos divulgação

Cosmopolitan (The Blue Pub)

50 ml Absolut

50 ml suco de cranberry

30 ml Cointreau 

2 cerejas

Preparo: Em uma coqueteleira preencher com gelo, acrescentar Absolut, suco de cranberry e o Cointreau. Mexer. Colocar em um copo e acrescentar as cerejas.

Serviço
The Blue Pub/Itaim – Rua Tabapuã, 1439 – Telefone: (11) 3168.7836
The Blue Pub/Bela Vista – Alameda Ribeirão Preto, 384 – Bela Vista – São Paulo 

Literatura

Yuval Noah para crianças

Fotos divulgação

Depois de publicar com sucesso as obras “Sapiens: Uma Breve História da Humanidade”, “Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã” e “21 Lições para o Século 21”, chegou a vez de escrever para as crianças. O intelectual, historiador e professor universitário em Jerusalém Yuval Noah Harari lança “Implacáveis: Como Nós Dominamos o Mundo”, o primeiro volume de uma tetralogia voltada para leitores a partir dos 9 anos. Para o escritor, são esses pequenos leitores que poderão mudar o mundo. Eu também acredito nisso.

BE +

Foto Lisboa/Pixaby

Portugal Export está com tudo. Segundo a plataforma Kayak, Lisboa lidera o ranking de destinos internacionais mais buscados pelos brasileiros no verão deste ano e em 2023, com aumento de 806% nas buscas feitas em 2021.

Essa notícia do portal Ciclo Vivo chamou atenção: a Mediterranean Shipping Company (MSC) alterou as rotas de navegação dos seus navios de carga para proteger as baleias azuis e outros cetáceos que vivem e se alimentam nas águas da costa do Sri Lanka, que também serviam de rota de navegação.

E o rádio continua em alta, como informa o jornalista Sérgio Kulpas: estudo da Kantar IBOPE Media realizado em 13 regiões metropolitanas revela que 80% dos brasileiros ouvem rádio. Na Região Sul, chega a 85%; no Nordeste, 81%; e no Centro-Oeste e Sudeste são 80%. Cada ouvinte passa, em média, 4 horas e 26 minutos por dia ouvindo rádio, sendo 71% em casa; 24% no carro; 8% durante outros trajetos; e 2% no trabalho. 

Com internet a vida fica muito melhor. Por isso, boas novas divulgadas pelo IBGE: internet chega a 90% dos brasileiros.  O Distrito Federal tem o maior percentual de residências com uso de internet no Brasil, com 97,7% das casas. O celular foi o principal dispositivo de acesso nos domicílios, sendo utilizado em 99,5% das residências. 

BE –

No recente Fórum Marítimo Mundial (GMF), as preocupações ambientais e a preparação da indústria para enfrentá-los encabeçam a agenda dos líderes marítimos, justamente por saber que se nada for feito, o setor sofrerá no futuro próximo.

A insegurança tem aumentado em São Paulo, com muitas ocorrências no trânsito, assaltos e acidentes. Para lidar melhor com esse panorama triste, a startup Civi emite informações e alertas de segurança para moradores de bairro, notificando seus usuários sobre eventos no entorno, como crimes, incêndios, acidentes, alagamentos, obras, manifestações, maus-tratos de animais, entre outros.

A coluna Prática ESG do Valor Econômico revelou um dado preocupante para esses tempos em que há tanta carência nas ruas: apenas 37% dos estabelecimentos doam os excedentes próprios para consumo, segundo pesquisa da Ticket. Entre as causas, a insegurança dos comerciantes sobre se e como podem doar alimentos.

Frio, calor, frio de novo, chuva, sol. Ninguém aguenta tantas mudanças e os resultados aparecem no crescimento na circulação dos vírus influenza, como o H3N2 e o H1N1, em unidades de saúde de São Paulo. As crianças, principalmente, têm apresentado os sintomas.