O anúncio foi feito na quinta-feira (12), após reunião com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O novo maquinário vai operar dentro dos moldes do Acordo de Transporte Ferroviário (ATF) e, segundo a empresa, contribuirá para a diversificação do transporte de cargas dentro do corredor logístico. Foto: Jeff D’Avila / AESCOM ANTT
Ferrovias
VLI expande operações no corredor Vitória-Minas
Empresa adquiriu sete locomotivas que irão operar no transporte de minério de ferro
A VLI Logística anunciou a compra de sete locomotivas que serão utilizadas para operar no corredor Vitória (Espírito Santo) – Belo Horizonte (Minas Gerais). A ferrovia, atualmente sob acordo operacional com a Vale, é uma importante rota para o transporte de minério de ferro.
O anúncio foi feito na quinta-feira (12), após reunião com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O novo maquinário vai operar dentro dos moldes do Acordo de Transporte Ferroviário (ATF) e, segundo a empresa, contribuirá para a diversificação do transporte de cargas dentro do corredor logístico, além de ampliar a interligação das regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.
“O objetivo é criar mais rotas eficientes para o escoamento de grãos, combustíveis e outros produtos essenciais para a economia do país”, explicou o CEO da VLI Multimodal S.A, Fábio Marchiori.
O Acordo de Transporte Ferroviário (ATF) é um modelo de operação que permite a uma empresa realizar o transporte de cargas ou passageiros sem ser responsável pela infraestrutura ferroviária.
A regulação do ATF foi atualizada pela ANTT em 2022, com a criação do Registro Nacional do Agente Transportador Ferroviário de Cargas (RENAFER-C), substituindo o antigo Operador Ferroviário. Uma das inovações é a simplificação do processo de inscrição, com a flexibilização das exigências de certificações de regularidade fiscal.
Para que uma empresa tenha acesso à infraestrutura ferroviária, é necessário firmar um Contrato Operacional Específico (COE) com os operadores da malha, estabelecendo as condições de uso e os custos.
“A parceria entre o público e o privado, entre concessionária e governo, está dando certo e aponta para um futuro de maior integração logística, trazendo benefícios tanto para o setor ferroviário quanto para a economia do país como um todo”, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale.
A VLI conta com uma frota de mais de 800 locomotivas e 24 mil vagões, operando em 300 municípios e abrangendo 10 estados brasileiros, além do Distrito Federal. Em 2023, o volume de carga transportada pela empresa alcançou 61 milhões de toneladas (TU).
Mais negociações
Durante a reunião, foram discutidas ainda as concessões da VLI e os projetos para 2024 e 2025. Entre os assuntos abordados, destacam-se a devolução de trechos ferroviários, como o Bhering-Varginha, a extinção de arrendamentos e a arbitragem que envolve a Ferrovia Norte-Sul (FNS).
Também foi discutido o cronograma de obras e a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), essencial para as atividades da VLI. A FCA é a maior ferrovia em extensão do país e conecta vários estados.
Outro tema relevante foi o conflito envolvendo o contrato de arrendamento entre a VLI e a Rumo, referente ao trecho entre Anápolis (GO) e Estrela D’Oeste (SP), com divergências sobre o limite de peso por eixo, que influencia o escoamento agrícola pelo corredor Norte.
A solução do impasse é fundamental para garantir a integração entre os trechos ferroviários e permitir a expansão de projetos como a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO).