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Exportações de açúcar e etanol recuam no Brasil, aponta levantamento da Conab

Atualizado em: 25 de abril de 2022 às 14:14
Bárbara Farias Enviar e-mail para o Autor

O motivo é a redução de 10,6% na produção de cana-de-açúcar na safra 2021/22, que totalizou 585,2 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento

 As exportações de açúcar e etanol recuaram devido à redução na produção de cana-de-açúcar na safra 2021/22. As exportações de açúcar totalizaram 26 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 19,3% em comparação ao ciclo anterior. Já a retração no etanol foi de 38,9%, com embarque de 1,8 bilhão de litros. Os dados são do 4º Levantamento sobre cana-de-açúcar divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na quarta-feira (20).

Segundo a Conab, apesar do recuo, as exportações de açúcar foram favorecidas pela combinação entre a alta das cotações internacionais e a taxa de câmbio em patamar elevado no Brasil.

O principal destino do açúcar exportado pelo Brasil, na safra 2021/22, foi a China, com embarques de 4,3 milhões de toneladas destinadas ao país asiático, o que representa uma participação de 16,9% na exportação brasileira de açúcar no período. Na sequência, aparecem entre os principais destinos: a Argélia, com embarque de 2,4 milhões de toneladas de açúcar e participação de 9,2%; a Nigéria, com 1,9 milhão de toneladas e participação de 7,5%; Bangladesh, com 1,4 milhão de toneladas e participação de 5,2%; e o Canadá, com 1,2 milhão de toneladas e participação de 4,8% no período.

No caso do mercado de etanol, o Brasil exportou 1,8 bilhão de litros – o que corresponde a uma redução de 38,9% em relação ao ciclo anterior. A queda também é influenciada pela limitação da produção registrada no ciclo atual. Retração ainda na importação do álcool em 34,6%, estimada em 380,4 milhões de litros, limitadas pelo fim das cotas de importação do etanol proveniente dos Estados Unidos, com taxa preferencial desde o final de 2020. Nesse cenário, o saldo da balança comercial foi estimado em 1,4 bilhão de litros de etanol e de US$ 839,7 milhões.

O principal destino do etanol exportado pelo Brasil na safra 2021/22 foi a Coreia do Sul, país que adquiriu 757,2 milhões de litros de etanol brasileiro no período, o que representa uma participação de 42% no total exportado. Na sequência, aparecem Estados Unidos (416 milhões de litros; 23,1%) e Holanda (144,2 milhões de litros; 8%). A importação de etanol na safra 2021/22 teve como origem principal o Paraguai, que, sozinho, foi responsável por 60,4% de todo o etanol importado pelo Brasil no período, seguido pelos Estados Unidos, com participação de 39,5%.

Safra 2021/22

A produção de cana-de-açúcar na safra 2021/22 registra um total de 585,2 milhões de toneladas. O volume representa uma queda de 10,6% em relação à colheita registrada na temporada passada.

“A combinação de uma seca no segundo trimestre, numa intensidade que não se via há anos, com baixas temperaturas em junho, julho e agosto, e geadas pontuais em diversas lavouras, provocou acentuada queda na produtividade na Região Centro-Sul do país. Isso também resultou na antecipação do calendário de colheita em muitas lavouras, justamente para evitar maiores danos quantitativos e qualitativos”, afirmou o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.

Além do clima, a Conab verificou uma redução de 3,5% na área em produção de cana, passando de 8,6 milhões de hectares para 8,3 milhões de ha. A queda ocorre mesmo com um cenário positivo para o setor sucroenergético, com preços atrativos para o açúcar e etanol. “A concorrência por área está se acentuando no Brasil. A rentabilidade da terra é um fator de decisão cada vez mais determinante na escolha da atividade a ser implementada na terra. A soma da rentabilidade da soja e do milho na mesma área é praticamente imbatível.  Isso explica a dificuldade para expandir e mesmo manter a área de cana. Um fator a ser considerado, ainda na decisão, é o risco associado à produtividade, neste ponto a cana ainda leva vantagem”, ressaltou o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

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